A Caixa Econômica Federal anunciou redução na taxa de juros do financiamento imobiliário na linha habitacional atrelada à caderneta de poupança. A linha, que conta hoje com taxa de 3,95% vai ser reduzida em 0,4 ponto percentual, para 2,95% ao ano. Os novos valores entram em vigor em outubro.
O corte no crédito imobiliário já tinha sido antecipado pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, nesta semana, durante o lançamento de um programa de subsídio de habitação para policiais. A redução, entretanto, fica restrita apenas a essa modalidade do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O banco manteve inalterados os juros cobrados na linha tradicional, indexada à TR (Taxa Referencial) e nas modalidades corrigidas pela inflação e com juros fixos. A linha que utiliza a poupança para os contratos imobiliários é a mais nova oferecida pela Caixa, lançada em março deste ano.
A redução dos juros vai na contramão do movimento dos bancos privados, que passaram a elevar as taxas com a subida da Selic, que neste ano avançou de 2% ao ano para 5,25%. Na modalidade poupança, o Bradesco cobra 2,99% ao ano mais a remuneração da poupança, já o Itaú adota a taxa de 3,49%. O Santander não oferece a linha. “Isto é uma consequência natural nesse primeiro movimento. Tinha espaço para reduzir. Com a Selic mais alta, o spread aumenta e temos esse espaço para reduzir”, explicou Guimarães durante o evento.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar a decisão do novo patamar da Selic e a expectativa do mercado é que haja uma nova elevação, em 1 ponto percentual. Com a inflação elevada, a resposta da política monetária é a subida dos juros, que encarece o crédito.
Resultados
Líder na participação no mercado imobiliário, a Caixa anunciou que chegou à marca de 300 bilhões de reais contratados na atual gestão. A carteira de crédito habitacional conta com volume de 534,6 bilhões de reais e cerca de 5,8 milhões de contratos.
De acordo com a Caixa, em agosto, o banco registrou 14,01 bilhões de reais em novos contratos, sendo 9,04 bilhões de reais com recursos SBPE, recorde mensal de contratação.