Levantamento divulgado na última quinta-feira pelo Ministério da Agricultura mostra que 18 mercados já adotaram algum grau de restrição à entrada da carne brasileira após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Outros quatro mantiveram o mercado aberto mas intensificaram a fiscalização e três apenas enviaram pedidos de informação.
A operação da PF, deflagrada na sexta-feira da última semana, apura supostas fraudes na liberação de produtos de origem animal que teriam sido praticadas por fiscais do ministério. Após a divulgação da polícia, que também realizou prisões e buscas e apreensões de documentos, o Ministério da Agricultura diulgou, na última terça-feira, uma lista de 21 empresas que serão investigadas pelo órgão.
Os dados mostram que o foco de preocupação do ministério permanece. Hong Kong e China seguem sem permitir o desembaraço aduaneiro das cargas de carne e derivados que chegam ao país. Além desses dois, suspenderam temporariamente suas importações: Chile, Argélia, Jamaica, Trinidad e Tobago, Panamá, Qatar, México, Bahamas e São Vicente de Granadina.
Por outro lado, dois importantes mercados, o Japão e a União Europeia, suspenderam as compras apenas dos frigoríficos alvo da operação. Também estão nesse grupo a África do Sul, a Suíça, a Arábia Saudita, o Canadá e o Egito.
Os Estados Unidos mantiveram seu mercado aberto ao produto brasileiro, apenas reforçando os controles. A mesma coisa fizeram o Vietnã, a Coreia do Sul e a Malásia.
A Rússia, outro grande comprador de carne brasileira, enviou apenas um pedido de informações. Também fizeram isso: Israel e Barbados.
Mesmo os mercados que continuam abertos não estão recebendo carne das plantas alvo da operação. Por decisão do governo brasileiro, esses frigoríficos não têm recebido licenças de exportação.
Palestina
O Ministério da Agricultura divulgou também uma carta recebida da embaixada da Palestina no Brasil. Ela informa que o Ministério da Economia Nacional da Palestina confirmou que as carnes provenientes do Brasil estão “em bom estado e não representam nenhum perigo para a saúde dos consumidores. “Não há motivo para preocupação, pois o ministério está fazendo uma vistoria constante”, diz a carta.