Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Cavalera volta à cena fashion

Depois de quatro anos de ausência, a marca de streetwear festeja seus quase 30 anos de história com novo desfile e peças sob medida

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h01 - Publicado em 29 mar 2024, 07h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Marca forte da moda brasileira, a Cavalera marcou as passarelas da São Paulo Fashion Week com desfiles icônicos durante décadas. Com roupas jovens, irreverentes e confortáveis, a cada coleção, trazia um streetwear renovado com muitas influência do rock in rol, que extrapolava o interior das convencionais salas de apresentação. Pontos importantes da capital paulista –como a Estação da Luz, Elevado Costa e Silva e até o Rio Tietê – transformaram-se em palco da marca. A cada novo desfile, uma nova surpresa para o público.

    Sob o comando do empresário Alberto Hiar, mais conhecido como “Turco Louco”, a grife nunca perdeu o DNA, ao mesmo tempo que soube beber de muitas expressões artísticas, inclusive de outros estilos musicais e tendências urbanas. Para entender essa versatilidade, em 2017, Hiar trouxe para as passarelas o universo sertanejo, com o desfile “Nossa moda de viola”, que contou com 20 cantores e dezenas de modelos no palco da casa show Tom Brasil. Vale lembrar que a marca começou em 1995, com Hiar e Igor Cavalera, ex-membro da banda de rock Sepultura, que acabou deixando precocemente a sociedade. Mas o estilo roqueiro permaneceu, sem nunca ser barreira para inovações.

    Foram quatro anos de ausência do cenário fashion e muitas reformulações internas para a Cavalera voltar com um aguardado desfile, que acontece no Paço das Artes em São Paulo, no dia 17 de abril. Mais enxuta, sem lojas próprias, e com estrutura sustentável, Hiar fez questão de desenhar toda a coleção em parceria com o stylist Victor Miranda. Abaixo, a conversa que o empresário teve com a VEJA sobre a mudança do mercado da moda, principalmente depois da pandemia, a desleal concorrência das fábricas chinesas e o que o público pode esperar desse novo show.

    A Cavalera volta à cena fashion diferente? Quais são os planos?
    Estamos falando de uma marca querida. Muita gente começou a usar Cavalera na juventude e pôde acompanhar os trinta anos de história da marca. Ela tem força, apesar de os negócios terem sofrido muito com a Covid. A pandemia transformou a Cavalera e o mercado em geral. A maioria das empresas teve se adequar aos novos tempos, até mesmo às grandes empresas listadas na bolsa. A Cavalera passou de grande para média e se estruturou  através de uma bem desenha estratégia de e-commerce. Fechei todas as lojas próprias. Era um momento em que todas as vendas migraram para o online – as pessoas não saiam de casa – e os valores dos aluguéis subiram muito. Mas eu prefiro ter uma empresa média a uma grande. Na empresa de médio porte, posso fazer o que eu quero. Na grande, quem manda é o mercado. Antes da mudança, eu estava fazendo o que o mercado queria. Com a reestruturação veio uma grade mais comercial. Tivemos um bom crescimento a ponto de bater aumento de 40% por ano nas vendas.

    Continua após a publicidade

    Como é a nova coleção?
    É marcada pelo streetwear forte, mas com novo conceito. Importei praticamente toda a matéria prima que usei nos looks. O público verá muito moletom, malha e tecido plano e algumas texturas especiais que foram desenvolvidas para o desfile. Por exemplo, tem um tecido feito com material sintético que normalmente é usado na fabricação de bexiga –aquela que as crianças brincam e torcem para fazer bichinhos. Trata-se de uma coleção desestruturada, porém marcada por uma alfaiataria, que surpreende por ser desconstruída pela amplitude das peças.

    Quantos looks o público pode esperar?

    Continua após a publicidade

    Planejei 40 looks e, se tudo der certo, teremos a contribuição do Maurício de Souza, que aceitou desenvolver desenhos da Turma da Mônica para a coleção. Isso me dá muito orgulho. A ideia é ter personagens brasileiros.

    Como será a comercialização dessa nova fase?
    É uma coleção limitada, onde algumas peças têm apenas 15 unidades. Há peças premium, as mais caras, como as de bexiga, que vão custar certa de R$ 20 mil cada. Essas serão vendidas sob encomenda e produzidas de acordo com as medidas do comprador. Vamos criar um modelo de compras, talvez virtual, para que as pessoas possam comprar o look no dia, durante o desfile. Paralelamente a essa coleção, que chamo de caviar, a Cavalera também desenvolveu peças mais comerciais, que serão vendidas em lojas parceiras e pelo o e-commerce.

    Continua após a publicidade

    Como uma marca nacional, como a Cavalera, consegue competir com os preços das marcas chinesas no mercado online?
    Quem tem uma marca desejada, que faz moda de verdade, não segue a tendência do fast-shop, então se diferencia. Quem não tem, sofre mais. De qualquer maneira, a concorrência chinesa é desleal, porque a indústria brasileira – não apenas a da moda – não consegue produzir com os mesmos preços. Os chineses não pagam impostos. Isso gera desemprego.

    A indústria têxtil está em crise?

    Continua após a publicidade

    Na década de 1990, tínhamos uma indústria têxtil mais pujante. Com a abertura do mercado, isso foi acabando. Grandes tecelagens viraram importadoras de tecido. Fora do Brasil tem muita coisa de qualidade, muita variedade. Quando você vai para a Turquia é maravilhoso, pois o país se transformou no maior produtor mundial de jeans. A China também se destaca pela variedade de matéria-prima que oferece. No Brasil, o forte é a malharia, mas somos pouco relevantes em jeans e fibra sintética.

    O que podemos esperar desse próximo desfile? Algo parecido com o dos antigos desfiles que marcaram época?
    Ah, isso é surpresa. Só vendo para saber.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.