O Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, é palco nesta tarde de quarta-feira de um ato unificado de 1º de Maio das centrais sindicais de todo o país contra a reforma da Previdência e o governo Jair Bolsonaro. A estimativa dos sindicatos é receber em torno de 100.000 pessoas.
O ato foi organizado em conjunto pelas centrais CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB e UGT, além das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Entre as atrações musicais previstas estão Ludmilla, Leci Brandão, Marília Cecília e Rodolfo, Roberta Miranda e Felipe Araújo.
A manifestação tenta marcar uma união dos sindicalistas. O presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), destacou que o movimento sindical passa por um momento difícil, com redução das suas receitas após o fim da contribuição sindical obrigatória aprovada no governo Bolsonaro. “Essa é uma tentativa para nos prepararmos para uma coisa maior”, disse, em referência à greve geral marcada para o dia 14 de junho. “Isso nos dá força de negociação. Nós que estamos no Congresso temos de usar as ruas para negociar com o governo e com o próprio Congresso”, defendeu.
Sobre a tentativa de unidade das centrais sindicais, Paulinho disse que isso é possível. E frisou: “Aqui embaixo as coisas estão mais fáceis do que lá em cima (no Congresso). Em cima há uma diferença entre os partidos. Os mais à esquerda têm diferenças com o PT. A gente não consegue fazer uma unidade para valer lá”.
Ele admitiu que a esquerda e os principais opositores ao governo, porém. não têm força para parar a reforma da Previdência e que, portanto, o objetivo é ganhar tempo. “Se não temos força para parar a reforma, eu acho que as ruas nos darão força de negociação para fazer uma reforma justa, na qual o trabalhador sairá ganhando. É possível passar uma reforma da Previdência, mas que mantenha os direitos e combata os privilégios”, emendou.
As manifestações de 1º de Maio acontecem também em outras capitais brasileiras, como no Rio de Janeiro e Curitiba, e ao redor do mundo.
(Com Estadão Conteúdo)