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China contra-ataca e dificulta venda do TikTok nos EUA

Pequim impôs licença para exportação de tecnologia ligada às redes sociais; com isso, negócio precisa da benção do Partido Comunista Chinês

Por Josette Goulart Atualizado em 31 ago 2020, 11h18 - Publicado em 31 ago 2020, 10h50

A China revidou o ataque dos Estados Unidos, que quer banir o TikTok do país caso não seja vendido para uma empresa americana. O governo chinês determinou que qualquer tecnologia de inteligência artificial só pode ser exportada com um licença dada pelo governo. Na prática, isso significa que para qualquer empresa americana comprar o TikTok vai precisar da benção do Partido Comunista Chinês.

As novas regras de controle de exportação foram impostas na última sexta-feira 28 sobre tecnologias que o governo chinês considera sensíveis. Estão proibidas exportações, sem licença, de tecnologia de análise de texto, reconhecimento de voz e sugestões de conteúdo. E assim a China marca mais um novo capítulo da briga entre as potências, permeada pela eleição americana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o banimento do TikTok se até novembro não for vendido para uma empresa americana. Hoje o TikTok pertence à empresa chinesa ByteDance. Diversos grupos entraram na disputa. Os jornais americanos noticiam que a Microsoft teria firmado parceria com WalMart para a compra e ainda se fala do interesse da Oracle, da Netflix e até do Twitter. Mas se a negociação já era difícil em torno apenas da venda de parte da plataforma, agora com as regras de exportação de tecnologia da China fica ainda mais complicada. Na semana passada, o presidente mundial do TikTok, o americano Kevin Mayer, que estava na empresa há apenas 100 dias, deixou o cargo devido as crescentes pressões políticas que envolvem o app. 

Entre os aplicativos que não são games, o TikTok foi o mais baixado no mundo durante a pandemia do novo coronavírus. Foram 350 milhões de downloads, fazendo a plataforma alcançar 2 bilhões de downloads desde que nasceu e já vale mais de 75 bilhões de dólares em valor. E olha que o app é proibida na Índia, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes. Mas o que preocupou mesmo Donald Trump foi a febre que a plataforma virou nos Estados Unidos. Já são 100 milhões de americanos usando TikTok. Para justificar sua ação, Trump alegou que o governo chinês está roubando dados dos americanos e por isso ordenou a venda até novembro sob pena de banimento. Por coincidência ou não, a decisão veio depois que TikTokers e fãs do K-Pop sabotaram um comício de Trump no início da campanha oficial à reeleição. Eles fizeram inscrições em massa para o comício e depois não apareceram, deixando a arena do evento parcialmente vazia.

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