O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística comunicou no fim a tarde desta sexta-feira, 26, que Susana Cordeiro Guerra, atual presidente do IBGE, pediu exoneração do cargo. Segundo o instituto, a saída está relacionada a motivos pessoais. A decisão ocorre um dia após a aprovação do Orçamento da União no Congresso, que cortou em 90% a verba destinada para o Censo Demográfico.
No início da semana, o IBGE havia informado que, caso o corte ocorresse, não seria possível realizar o Censo. Inicialmente, o orçamento para a realização da pesquisa era de 2 bilhões de reais, conforme a proposta orçamentária do governo. Porém, o relator do texto, senador Marcio Bittar (MDB-AC) propôs a redução de 1,7 bilhão do dinheiro destinado a pesquisa.
A produção de dados sobre a população brasileira é fundamental para estruturar políticas e ações críveis e bem-sucedidas para o país. Feito a cada década, conforme manda a lei lei 8.184/1991, o levantamento comporta informações robustas relativas a mais de 70 milhões de domicílios, sobre moradia, condição de renda e emprego. A cada mês, essa base é atualizada pela Pnad Contínua, pesquisa que traz recortes atualizados sobre condições de emprego e habitação por consulta amostral, aferida pelos pesquisadores em 211.344 domicílios.
A pesquisa deveria ser realizada em 2020, mas, devido a pandemia, o orçamento foi redirecionado ao Ministério da Saúde, com previsão de realização do Censo em 2021. O orçamento previsto para 2020 era de 2,3 bilhões de reais, que foi reduzido para 2 bilhões de reais, antes do corte de 90% aprovado na Lei Orçamentária.
O Censo 2021, se realizado, terá menos perguntas. Serão 26 no questionário básico contra 37 da edição anterior. Na versão completa, a redução é de 112 para 76. Questões sobre emigração, renda e aluguel ficaram de fora. A redução já estava certa para a pesquisa suspensa em 2020.