Com leilão frustrado, dólar sobe 2,2% e tem a maior alta em 7 meses
Decepção com a baixa entrada de investimento estrangeiro leva moeda americana a fechar aos R$ 4,08, na maior cotação desde 21 de outubro
A frustração com o leilão de petróleo da cessão onerosa realizado nesta quarta-feira, 6, pelo governo federal, que arrecadou 70 bilhões de reais, cifra abaixo dos 106,5 bilhões de reais projetados pela União, e que não atraiu empresas estrangeiras como se imaginava que fosse ocorrer, levou o dólar comercial a subir 2,22%, a maior variação percentual num dia desde 27 de março deste ano, quando havia subido 2,27%. A moeda americana fechou negociada, em média, a 4,08 reais para a venda, a maior cotação desde 21 de outubro, quando estava em 4,13 reais.
“Houve uma frustração gigante com o leilão do pré-sal. Esperava-se uma enorme entrada de investimentos estrangeiros no país, o que não aconteceu. Parece que organizaram uma festa e não veio quase ninguém”, afirma o economista-chefe da Necton, André Perfeito. Para ele, com esse cenário de decepção com a oferta pública da cessão onerosa, que não trouxe a liquidez esperada para a economia brasileira, e com a forte queda de juros, que acaba afastando o investimento externo, o dólar deve continuar se fortalecendo perante o real. “A moeda americana deve chegar ao patamar de 4,15 reais até o final do ano”, diz o economista.
Apesar da frustração, Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, afirma que o que aconteceu foi apenas um balde de água fria nos investidores. “Não é uma crise de confiança no Brasil. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos e as próximas reformas que o governo está propondo para que a moeda americana volte a cair.”