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Como conseguir uma renda para complementar a aposentadoria; veja opções

A recomendação é começar a poupar cedo para conseguir um complemento de renda a partir dos 65 anos, quando se aposentar

Por Gilmara Santos
Atualizado em 15 jan 2019, 10h05 - Publicado em 15 jan 2019, 10h05

A população brasileira está vivendo cada vez mais. A expectativa de vida ao nascer subiu para 76 anos em 2017, um aumento de três meses e onze dias em relação a 2016, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento do envelhecimento exige da população planejamento para garantir renda extra para complementar a aposentadoria oficial. Enquanto a reforma da Previdência não é aprovada, o teto dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve ficar em 5.839,45 reais em 2019.

Se é esperado que neste período da vida ocorra uma redução de despesas com filhos, por outro lado há um aumento de gastos com saúde, como remédios e planos de saúde – que cobram preços diferentes por faixa etária.

Por isso, é importante avaliar qual será a necessidade financeira futura para manter o mesmo padrão de vida na velhice e começar a poupar. “Quanto mais cedo começa a poupança, menor será o valor investido todos os meses para garantir um bom montante no futuro”, afirma Daniela Casabona, sócia-diretora da FB Wealth.

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Apesar da recomendação, planejar a vida financeira para a aposentadoria não é um hábito para a maioria dos brasileiros. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indica que oito em cada dez brasileiros (78%) admitem que não estão se preparando para a hora de se aposentar enquanto apenas 19% dos não-aposentados têm se planejado.

“Estamos vivendo um período de transição. É muito provável que as regras de aposentadoria sejam alteradas em um futuro próximo, já que o sistema previdenciário corre o risco de entrar em colapso em pouco tempo. Em qualquer cenário, depender apenas do INSS não é recomendável. O ideal é pensar em uma combinação entre a previdência pública e uma preparação por conta própria, que comece cedo e seja constante ao longo dos anos”, recomenda a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Especialistas afirmam que poupar um pouquinho todo mês pode garantir uma velhice mais tranquila. “Diversificação é a palavra de ordem para quem está construindo um patrimônio”, considera Daniela.

Todos os modelos de investimento oferecem vantagens maiores para os que se programam e começam a poupar cerca de 20 anos antes da aposentadoria. Na previdência privada, por exemplo, o recomendado é iniciar os depósitos antes dos 30 anos de idade para se aposentar com 65 anos, diz Adriano Oliveira, diretor do Grupo É Seguro Corretora.

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Planos de previdência privada

Uma das modalidades favoritas dos brasileiros para complementar a aposentadoria são os planos de previdência privada, em que o cliente faz sua projeção de ganho mensal ou resgate total e traça uma meta de investimento mensal. Com investimento de longo prazo é possível garantir um bom retorno financeiro. No entanto, entanto é importante ficar atento às taxas cobradas.

“A previdência privada pode ser uma boa alternativa para quem tem dificuldade em guardar recursos, já que há cobrança mensal dos valores, mas é importante ficar atento às taxas de administração e carregamento, que podem ter impacto expressivo no fim do plano”, alerta Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac (associação dos executivos de finanças, administração e contabilidade).

Com a tabela de tributação regressiva, o Imposto de Renda começa com alíquota de 35%, podendo chegar a 10%, dependendo do tempo do fundo. Os contribuintes podem ainda escolher entre o PGBL, em que a tributação ocorre no momento do resgate, e o VGBL, a incidência só ocorre sobre o rendimento.

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É importante também ficar atento à rentabilidade, lembrando que é possível fazer a portabilidade da previdência, mas para isso, especialistas aconselham acompanhar o desempenho do fundo por, pelo menos cinco anos.

Tesouro Direto

Com aportes a partir de 30 reais já é possível investir no Tesouro Direto, programa do governo federal para investimentos em títulos públicos e, por isso, é um investimento com baixo risco de crédito. “É uma opção interessante, mas para garantir a taxa que foi contratada é importante levar o investimento até o vencimento do título ou o poupador pode não ter o retorno desejado”, diz Daniela.

O primeiro passo para quem quer investir no Tesouro é definir o prazo do investimento, com isso é possível escolher o título que melhor se encaixa no perfil do investidor.

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Existem três opções de títulos: com rentabilidade vinculada ao IPCA, inflação oficial; à taxa básica de juros, a Selic; ou uma taxa pré-fixada, com os juros definidos no momento da aplicação.

Vale destacar que a alíquota do Imposto de Renda varia entre 22,5% e 15%, dependendo do tempo que os recursos ficarão aplicados. Se ocorrer resgate antes de 30 dias é cobrado também o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Multimercados

Diante do cenário de taxa de juros baixa, mesmo o investidor mais conservador precisa buscar alternativas para ter melhor rentabilidade em seus investimentos. Ainda pouco usado pelos brasileiros como investimento para a aposentadoria, os fundos multimercados têm a vantagem de mesclar aplicações de renda fixa com a variável, o que garante segurança das aplicações ao mesmo tempo em que traz rendimentos maiores.

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Caderneta de poupança

A queridinha dos brasileiros quando o assunto é guardar dinheiro, a poupança é uma modalidade simples de investimento e que não tem incidência de Imposto de Renda ou cobrança de taxa de administração. Além disso, a liquidez é outro atrativo, já que em caso de emergência é mais fácil retirar os recursos. Mas como estamos falando de aposentadoria e investimentos de longo prazo, a caderneta pode não ser a melhor opção. Hoje a poupança rende 70% da Selic, que está em 6,5% ao ano.

Bolsa de Valores

Investimento em ações requer cuidado, algum conhecimento do mercado e muita cabeça fria para não se desfazer dos papéis em momento de baixa, por exemplo. Para investidores mais arrojados, essa é uma boa opção, mas deve ser mesclada com outros tipos de aplicações.

Até os 30 anos dá para ser mais arrojado e aplicar um porcentual maior em ações e quem tem mais de 40 anos deve ser mais cauteloso. “Com a diversificação da carteira, é possível correr um pouco de risco sem prejudicar o seu investimento total”, explica Daniela.

 

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