Em seu discurso no simpósio de Jackson Hole, o presidente do Fed, Jerome Powell, sustentou a tese de que os Estados Unidos caminha para um pouso suave na economia – cenário em que o BC consegue reduzir a inflação sem que o país caia em uma recessão. “A economia americana segue crescendo em ritmo sólido e os riscos de inflação diminuíram”, disse o dirigente.
Nos últimos meses, dados do mercado de trabalho mais fracos do que o esperado reacenderam o medo de que o aperto monetário sufocasse a atividade econômica no país. Em julho, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, contra 3,5% um ano antes.
Em sua fala, Powell reconheceu uma desaceleração, dizendo que a balança de risco do duplo mandato do Fed – que busca manter a estabilidade dos preços ao mesmo tempo que garantir o pleno emprego – agora pende para o lado do mercado de trabalho.
No entanto, discordou das preocupações sobre uma possível recessão, pontuando que o aumento do desemprego se deve à desaceleração na contratação, não ao salto repentino nas demissões. “Há boas razões para pensar que a economia alcançará a meta de 2% enquanto mantém um mercado de trabalho forte”, disse.
Powell atribuiu o sucesso da política monetária à comunicação acertada do banco central, que ajudou a ancorar as expectativas para o cenário econômico “Expectativas de inflação ancoradas, reforçadas por uma ações vigorosas do banco central, podem facilitar o movimento de desinflação sem perder o ritmo”.
“A recuperação das distorções econômicas da pandemia, nosso esforço para moderar a demanda agregada e a ancoragem das expectativas trabalharam juntos para colocar a inflação em um caminho sustentável”, concluiu Powell.