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Como planejar os investimentos pessoais depois das eleições

Mercado espera vitória de Jair Bolsonaro no domingo, 28. Mas isso não significa que a bolsa continuará subindo indiscriminadamente

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 out 2018, 08h37 - Publicado em 25 out 2018, 08h37
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  • Já há algum tempo que quando Jair Bolsonaro (PSL) sobe nas pesquisas, a bolsa se valoriza e o dólar cai. É de se pensar então que, caso ele vença o pleito contra Fernando Haddad (PT), a bolsa vá disparar e o dólar despencar. Apesar desse otimismo do mercado financeiro com o resultado das eleições, que será conhecido no próximo domingo, 28, especialistas indicam cautela ao investidor. Principalmente àquele que está pouco habituado a investimentos mais arriscados, como bolsa, dólar ou ouro – três ativos que renderam muito mais do que a renda fixa neste ano.

    Até sexta-feira, 19, todos os principais investimentos em renda variável ganharam dos títulos do Tesouro Direto e da poupança. Contudo, há incertezas que podem prejudica-los até o final do ano. Assim, é melhor ficar com uma rentabilidade garantida do que apostar numa alta expressiva e correr o risco de se frustrar com uma queda. Esse é o sentimento que normalmente o mercado chama de “aversão ao risco”.

    A dica dos especialistas é válida. No longo prazo, a renda fixa brasileira se mostra um dos melhores investimentos possíveis. “Entre o início de 2000 e o final de 2017, o dólar subiu 70%, enquanto que os títulos do governo valorizaram 900%. O dólar não ganhou nem da inflação, que foi de 220%”, diz o planejador financeiro Helio Fugagnoli.

    A diferença é que, até 2017, as taxas de juros pagas pelo governo, normalmente, superavam 10% ao ano. Isso pode estar no passado. O relatório Focus, publicação do Banco Central que compila a opinião de mais de 100 economistas, indica que a taxa básica de juros (Selic) deve se manter ao redor de 8% até 2021. Ou seja, a melhor rentabilidade que um investidor conseguirá com um título atrelado à Selic, mantido por longo prazo, será de 6,8% – já com o Imposto de Renda descontado.

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    Veja a rentabilidade dos principais investimentos
    RENDA FIXA ACUMULADO, em %
    ANO 12 MESES
    CDB 4,72 5,59
    Poupança 3,85 4,80
    Tesouro Pré 2021 6,90 7,89
    Tesouro IPCA+ 2024 7,25 5,32
    Tesouro IPCA+ 2035 7,54 3,68
    Tesouro Selic 2021 4,13 5,18
    RENDA VARIÁVEL
    Ibovespa 8,70 5,78
    Dólar Comercial 10,23 23,40
    Ouro BM&Fbovespa 7,91 13,35
    * Rendimentos já descontados o Imposto de Renda
    Fontes: B3, Tesouro Direto, Banco Central

    Então, se a rentabilidade está baixa, é hora de correr para a renda variável? Não. Ao menos, não agora. É o que diz o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. “Estamos em um momento de diversificar as aplicações, com renda fixa e variável. Até fundos multimercados que trabalham com dólar são bem-vindos. Porém, há uma grande pressão no mundo para derrubar o preço de ativos em renda variável, o que pode prejudicar a bolsa e atrapalhar a rentabilidade”, diz.

    Essa pressão é causada por fatores passageiros, como a crise comercial entre Estados Unidos e China, que pode prejudicar o comércio internacional, mas também por fatores que devem perdurar, como juros mais altos da economia americana. Sempre que o Banco Central dos EUA, o Fed, sobe os juros, aumenta o interesse de investidores em aplicar nos títulos do tesouro americano, retirando dinheiro dos mercados de renda variável. Isso pode derrubar a cotação de ações. Além disso, as bolsas mundiais estão numa trajetória de alta desde a crise financeira de 2008, e Vieira acredita que pode haver uma correção nos preços das empresas.

    “Além disso, o que tem motivado o bom desempenho da bolsa brasileira é o momento eleitoral. Com essa definição e, depois, com a composição do futuro governo, isso será deixado de lado e o cenário internacional voltará a comandar o jogo”, afirma Vieira. “Esses são exemplos pesados que vão influenciar a bolsa no curto prazo e que devem impedir os investidores em aceitar maiores riscos. Quem quiser investir em bolsa, espere passar a eleição. Escolha ficar na segurança, e depois pensa se é o momento de buscar mercados mais arriscados.”

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