Com um lance de 106 milhões de reais como vencedor, o governo federal retomou os leilões de infraestrutura do país. A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) foi arrematada pelo fundo de investimentos Shelf 119 Multiestratégia, da gestora Quadra Capital em leilão realizado nesta quarta-feira, 30, na sede da B3, em São Paulo.
A Codesa é responsável pela administração dos portos de Vitória e de Barra do Riacho e a empresa vencedora terá o contrato de concessão de 35 anos, prorrogáveis por mais cinco.
A oferta superou a proposta de consórcio formado por fundo da Vinci Partners e Serveng Civilsan. Após múltiplas rodadas em viva-voz, o lance vencedor foi de 106 milhões de reais ante valor mínimo de 1 real. O leilão marca a primeira desestatização do país de uma companhia de docas, autoridades responsáveis por gerir portos existentes em estados e historicamente ligadas ao governo federal.
Além do valor da outorga, que precisa ser pago a vista, o fundo vencedor do leilão precisará adquirir ações da Codesa pelo valor de 326 milhões de reais. Além disso, há a previsão de pagamentos variáveis equivalentes a 7,5% das receitas da companhia ao longo do contrato de concessão e a obrigação de investimentos de 855 milhões de reais nos 35 anos de concessão.
O leilão da Codesa é considerado um projeto-piloto para outros programados pelo governo, sendo o principal deles a Santos Port Authority, a administradora estatal que controla o Porto de Santos, um dos maiores da América Latina. A privatização do Porto de Vitória estava na lista de quatro projetos que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o país passaria para a iniciativa privada neste ano. Além da Codesa e do Porto de Santos, completam a lista do ministro a privatização da Eletrobras e a dos Correios.