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Conta de luz deve ficar 3,7% mais barata neste ano, diz Aneel

Quitação antecipada de um empréstimo feito em 2014 para ajudar as distribuidoras de energia vai ajudar a baratear os custos para o consumidor final

Por Por Redação
Atualizado em 20 mar 2019, 21h25 - Publicado em 20 mar 2019, 16h31

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta quarta-feira, 20, que a conta de energia para o consumidor deve ficar 3,7% mais barata este ano. Isso acontece porque a agência conseguiu antecipar o pagamento de um empréstimo feito em 2014 pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) junto a oito bancos. 

Com o pagamento, o impacto nas contas também deve ser sentido no ano que vem. Segundo a Aneel, a redução deve ser de 1,2% em 2020. Originalmente, a amortização do financiamento, que ocorre por recolhimento de taxas nas contas de luz, ocorreria apenas em abril de 2020.

A notícia pode trazer alívio para o bolso do consumidor que vinha sofrendo com seguidos aumentos. No acumulado dos últimos 12 meses, a energia elétrica subiu 15,47%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). O valor depende da bandeira tarifária, que indica se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade.

O empréstimo contou com três operações, com recursos repassados em abril e agosto de 2014 e março de 2015, e totalizou 21,2 bilhões de reais. Ele foi firmado no auge de uma crise hídrica que levou ao acionamento de praticamente todas as termelétricas do País, que geram energia mais cara.

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Realizado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o financiamento serviu para evitar um reajuste muito elevado nas tarifas em meio a um ano eleitoral. Esses recursos foram repassados para dar fôlego às distribuidoras para pagar por essa energia de forma imediata. O custo foi repassado de forma embutida na conta de luz de todos os consumidores do país (exceto Roraima, que está fora do Sistema Interligado Nacional), de forma parcelada e mensal, em cinco anos, de novembro de 2015 a abril de 2020.

Segundo a Aneel, a redução média nas tarifas será de 3,7%, e a queda máxima será de 4,1%.  “Um exemplo: se o reajuste para uma distribuidora em 2017 for de 10%, vamos tirar 3,7% das tarifas, e o aumento será de 6,3%. Para 2020, se o reajuste for de 10%, com a redução, ele será de 8,8%”, disse o diretor-geral da Aneel, André Pepitone. “Estamos atenuando os efeitos tarifários em um momento de alta nas tarifas”, acrescentou.

A renegociação foi conduzida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério da Economia, e foi concluída no dia 18 de março. Participaram do empréstimo oito bancos, entre privados e estatais – Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Banrisul, Itaú, Bradesco, Santander e Citibank.

Para quitar o empréstimo em setembro, os bancos cobraram uma taxa equivalente a 2% do saldo remanescente do empréstimo às distribuidoras, o equivalente a 140 milhões de reais. Segundo Pepitone, esse custo é inferior ao valor que as instituições financeiras cobrariam, caso o empréstimo fosse levado até o fim, em abril de 2020.

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Com a amortização antecipada do empréstimo, será possível diminuir o impacto dos reajustes das tarifas de energia elétrica. A Aneel vai realizar, na próxima terça-feira, 26, revisões tarifárias extraordinárias para reduzir os reajustes já aprovados neste ano, disse o diretor da Aneel Sandoval de Araújo Feitosa.

Mensalmente, as tarifas de energia arrecadavam 703 milhões de reais para quitar o empréstimo. Desse total, 536 milhões de reais iam para os bancos e o restante ia para o fundo de reserva. Em novembro, essa parcela iria aumentar para 950 milhões de reais e permanecer nesse valor até abril, pois, na operação, os bancos exigiam que o fundo de reserva acumulasse mais recursos ao final do prazo.

(Com Estadão Conteúdo)

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