O dólar comercial disparou na manhã desta quarta-feira, 18, chegando a bater 5,18 reais, maior cotação da moeda na história do Plano Real. O mercado financeiro segue preocupado com as consequências do coronavírus, em dia que aguarda detalhamentos do Ministério da Economia sobre o pedido de declaração de calamidade pública e a decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a Selic.
Por volta das 10h08, a moeda era vendida a 5,17 reais, alta de 3,41% em relação à véspera, quando fechou a 5,07 reais. A disparada da moeda fez o Banco Central ofertar o valor de até 2 bilhões de dólares em leilão, intervenção semelhante à da semana passada. Com a disparada, o dólar turismo, que é utilizado para viagens, era vendido em casas de câmbio de São Paulo a 5,34 reais em espécie e a 5,57 reais no cartão.
O dia promete ser agitado também na Bolsa de Valores, o índice futuro do Ibovespa caía cerca de 10% antes da abertura do mercado. Nos primeiros negócios, por volta das 10h25, a queda era de 8,85%. Caso o índice caia mais de 10%, os negócios são parados por cerca de meia hora, já que é acionado o circuit breaker. Na última semana, o mecanismo de segurança da B3 foi acionado por cinco vezes.
Nesta quarta-feira, o governo deve detalhar o pedido de decretação de calamidade pública que será enviado ao Congresso. A medida suspende a obrigatoriedade do governo em cumprir o teto de gastos. A medida está prevista no Artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O estado de calamidade pública também suspende obrigações de redução de despesa com pessoal quando este gasto ultrapassa os limites previstos na própria lei. A medida, segundo o governo, é necessária para conter a epidemia e os impactos causados pela epidemia do novo coronavírus. Há, oficialmente, 291 casos confirmados e uma morte. O número de casos, no entanto, deve subir. Nesta quarta, o General Heleno, ministro do Gabinete Institucional, testou positivo para Covid-19.
Os investidores também estão apreensivos com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. Hoje, o indicador está em 4,25% ao ano, menor patamar da história. O Banco Central havia indicado anteriormente que poderia fazer ajustes adicionais na Selic, acompanhando medidas de outros países, como os Estados Unidos.