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Coronavírus: Rombo nas contas públicas pode chegar a R$ 622 bi em 2020

Cálculo do Ministério da Economia, no cenário mais pessimista, de queda de mais de 5% do PIB, elevaria o déficit ao maior nível da história, de 8,7% do PIB

Por Alessandra Kianek Atualizado em 1 Maio 2020, 16h19 - Publicado em 1 Maio 2020, 15h46
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  • O impacto do coronavírus nas contas públicas pode gerar um rombo de até 622 bilhões de reais no final deste ano, considerando o pior cenário para a economia brasileira, de uma queda de 5,34% do Produto Interno Bruto do país. Os cálculos foram apresentados pelo Ministério da Economia nesta sexta-feira, 1º. Se concretizado, esse será o maior déficit primário da séria histórica, iniciada em 2000, representando um rombo de 8,7% do PIB.

    A equipe econômica traçou mais cinco cenários para as contas, levando em conta o desempenho da economia neste ano. No cenário central, em que o PIB apresente redução de 3,34% – índice estimado pelo Boletim Focus mais recente –, o déficit projetado é de 601 bilhões de reais (8,3% do PIB). Essas novas estimativas estão acima dos números previstos anteriormente pela pasta, em que o pior cenário projetava um resultado negativo perto de 515 bilhões de reais.

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    A dívida bruta do governo poderá atingir 93,1% do PIB, considerando uma queda de 5,34% da economia brasileira neste ano. Isso significa um grande salto em relação aos números fechados em dezembro de 2019, quando a dívida estava em 75,8% do PIB. O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que o crescimento da dívida não é um fenômeno apenas brasileiro, e sim do mundo todo, que ficará fortemente endividado. “Estamos atuando, porém, para que esse endividamento tenha um impacto maior apenas em 2020. Tão logo passe esse momento, que é transitório, vamos sair com condições de voltar a ter crescimento robusto e de buscar equilíbrio fiscal, como obtivemos em 2019. Todos os dados fiscais relevantes de 2019 foram melhores que os de 2018”, afirmou.

    O secretário exemplificou com os indicadores do resultado primário, que fechou o ano passado com déficit de 0,85% do PIB, abaixo do 1,7% do PIB do de 2018, e com a dívida bruta, que pela primeira vez desde 2013, apresentou queda no ano passado, para 75,8% do PIB. “Apesar dessa foto de 2019, o filme agora é outro. Requer assertividade e celeridade ao combate do coronavírus. Será apenas uma pausa, de alto impacto, sim, mas sem gerar despesas permanentes”, completou Waldery. 

    As medidas de combate à Covid-19 terão impacto de 349,4 bilhões de reais no resultado primário deste ano – valor acima do divulgado anteriormente pela equipe econômica, que previa 285 bilhões de reais. Esse aumento se deve a gastos maiores destinados à medida de auxílio financeiro emergencial (600 reais por três meses), que estão previstos para atingir 124 bilhões de reais e representam o maior valor das ações anunciadas pelo governo. Outra medida que impulsionou foi o auxílio a estados e municípios que está em análise no Congresso e deve chegar a 60 bilhões de reais. O Ministério da Economia informou que irá divulgar uma nova estimativa oficial para o desempenho do PIB brasileiro e de outros indicadores para este ano ainda em meados deste mês – o que deve levar a um ajuste nos cálculos.

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