Correios reduzem prejuízo, mas encerram 2023 com perdas de R$ 597 mi
Foi o segundo ano consecutivo com resultado no vermelho; expectativa das empresa é voltar a dar lucros em 2024
Os Correios fecharam 2023 com um prejuízo de 597 milhões de reais, de acordo com relatório de resultados divulgado nesta quinta-feira, 28. É o segundo ano consecutivo com as contas no vermelho, embora em trajetória de melhora: o resultado ficou 22% acima das perdas de 768 milhões de reais registradas em 2022.
A receita teve queda de 1,8%, para 21,67 bilhões de reais, enquanto as despesas caíram 2,5%, para 22,26 bilhões de reais.
A expectativa da estatal é que, em 2024, o resultado possa voltar para o positivo, com uma perspectiva de lucros da ordem de 150 milhões de reais. Entre os fatores que causam o prejuízo, a empresa apontou a redução nas entregas de encomendas internacionais, que tiveram queda após a entrada em vigo do programa Remessa Conforme. O relatório também aponta o que chamou de “evasão de postagens e clientes devido ao processo de privatização dos Correios, implementado no governo anterior”, ou seja, a perda de clientes que argumenta ter sido herdada da gestão passada. Juntos, esses elementos reduziram em mais de 1 bilhão de reais as receitas do ano, informou a companhia.
O governo de Jair Bolsonaro chegou a estruturar e aprovar na Câmara dos Deputados, em 2021, o projeto que abria caminho para a privatização dos Correios. O texto acabou parado depois no Senado e não vingou. Logo que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República, no início de 2023, a empresa foi tirada da lista de privatizações.
“A diretoria executiva da empresa conseguiu resgatar clientes importantes que haviam sido perdidos durante o governo anterior e trabalhou para a inclusão dos Correios no Novo PAC (que irá permitir o investimento de mais de R$ 800 milhões em infraestrutura até 2026) e para a aprovação de projetos de lei que vão trazer mais recursos para o caixa, como a legislação que estabelece a contratação prioritária dos Correios pelos órgãos públicos federais”, informaram os Correios em comunicado.