A popularização dos smartphones e de aparelhos de TV com acesso à internet (smarTVs) mudou a forma do brasileiro consumir informação e entretenimento. No ano passado, 10,6% dos brasileiros acessaram a internet pela TV, uma alta de 2,9 pontos porcentuais em relação a 2016, quando 7,7% utilizaram esse sistema. Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Com o desligamento do sinal analógico, muitas pessoas que tinham condições financeiras trocaram o televisor por smartTV”, afirma Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad Contínua.
Embora esta pesquisa não revele especificamente a motivação para o uso da internet, o principal razão apontada é o envio de mensagens, seguido por filmes e jogos. Isso confirma a expansão do acesso de brasileiros a programas de televisão on demand, como Netflix, Amazon Prime e outros.
Como esses conteúdos podem ser acessados em outras plataformas, o número de aparelhos televisores nos lares caiu de 97,4% para 96,8%. A presença dos smartphones nas residências brasileiras continua em alta, passando de 92,3% para 92,7% entre 2016 e 2017.
Por outro lado, a pesquisa mostrou que outros aparelhos estão caindo em desuso, caso do telefone fixo e do tablet. O acesso à internet via tablet caiu de 12,1% para 10,5%. A queda também pode ser observada na quantidade de notebooks por domicílio. O aparelho, que chegou a ser o coqueluche dos aficionados por tecnologia, caiu de 46,2% para 44%.
A presença do telefone fixo nas casas dos brasileiros caiu de 34,5% para 32,1% no período pesquisado. “Na região Norte, onde a estrutura para telefone fixo é mais difícil, há uma tendência de que as pessoas acabem usando mais o celular”, completa Maria Lúcia. A maioria das linhas de telefone fixo está no Sudeste (47%), enquanto que na região Norte apenas 10,6% dos domicílios possuem o serviço.
Se o número de geladeiras permaneceu igual nas casas, a máquina de lavar teve um ligeiro aumento – passou de 63% para 63,8%. “Este é um item que vem aumentando, mas a geladeira é considerada um item mais essencial”, diz Maria Lúcia.
No quesito mobilidade, também aumentou a presença de carros (de 47,4% para 47,6%) e de motocicletas (21,8% para 22,4%). Os moradores do Sul são os que mais têm posse de carro (67,5%), enquanto os do Norte são os com menos (26,9%). Mas é no Norte e no Nordeste que as motos superam a quantidade de carros (32,6% e 29,8%, respectivamente).