Crise reduz assinantes de TV a cabo; veja opções de streaming
Enquanto Netflix supera 48 milhões de assinantes fora dos Estados Unidos, consumo da TV paga cai no Brasil
A TV paga perdeu 171.233 assinantes em abril, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Do outro lado, as opções de streaming vêm crescendo no mercado e até mesmo as operadoras de TV estão expandido seus catálogos (confira abaixo).
A última vez em que a TV paga registrou aumento de assinantes foi em setembro de 2016, com cerca de 23 mil novos pagantes. De acordo com a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), 18,76 milhões de brasileiros têm acesso à TV por assinatura. Já a Netflix, maior streaming do mercado, atingiu a marca de 48,713 milhões de assinantes fora dos Estados Unidos – a empresa não revela dados por país.
Ainda assim, o crescimento de uma plataforma não explica a perda de assinantes da outra, segundo especialistas. Dados da ABTA mostram que apesar do número reduzido de pessoas com acesso à TV paga, a audiência está crescendo. Em 2015, eram cerca de 2,053 milhões de assinantes vendo televisão a cada minuto. No ano seguinte esse número cresceu para 2,385 milhões de pessoas. A crise, sim, foi apontada como fator determinante para a redução de assinantes.
“Ouvimos muito falar dessa questão de que há uma redução da base de assinantes da TV paga pelas novas formas de distribuição de vídeo. Não concordo com essa ideia, a redução não é porque as pessoas não querem mais o serviço, é por causa da inadimplência. Infelizmente tem tudo a ver com o aspecto econômico”, afirmou o presidente da ABTA, Oscar Simões.
Para Simões os serviços de streaming são complementares e não serão substitutos da televisão. “O desafio permanente é adequar o portfólio de produtos e disponibilizar novas alternativas, há muitos produtos on demand”.
Segundo ele, a televisão traz um leque de opções mais amplo. “O streaming tem séries e filmes, mas onde está o futebol, o basquete, a notícia? Na televisão todo mundo acha o que gosta, as pessoas ainda têm motivos para assistir à TV paga. Em regiões mais distantes do centro, por exemplo, não há equipamentos culturais e a TV cumpre um papel muito grande”.
A crise também foi apontada pelo professor de telecomunicações da FGV EAESP, Arthur Barrionuevo, como o fator que causou a queda no número de assinantes da TV paga. “Antes da crise, em 2014, a base de assinantes crescia acima dos dois dígitos. Quem é mais chegado ao streaming são os jovens”.
O diretor de criação e inovação da PwC, Miguel Genovese, apontou a mudança de hábito do consumidor como outro fator para o crescimento do streaming. “As pessoas se acostumaram a assistir a programação na hora que elas querem, não quando tem disponibilidade. A TV por assinatura não combina mais com esse hábito, é um desafio das empresas se reinventarem e proporcionar a experiência que o consumidor quer. Quem está com o controle ou o mouse na mão é quem manda”.
Mesmo assim, Genovese afirmou que televisão e streaming são complementares. “Não vai acontecer uma degradação, a infraestrutura [para ter acesso à TV paga] está crescendo, mas não atinge os quatro pontos do país. As pessoas só tem a ganhar. Com mais oferta e concorrência os preços ficam mais acessíveis”, disse o diretor da PwC.
Dados da PwC sobre o setor de mídia e entretenimento também apontam que o streaming deve crescer 21% até 2021. De quebra, o crescimento do setor também ajuda no combate à venda de DVD’s falsos, segundo Genovese. “Tem pirataria porque os filmes são caros, isso tende a acabar. O streaming só tem a melhorar o mercado”.
A seguir, conheça as principais plataformas:
Netflix
É o mais conhecido e queridinho dos consumidores brasileiros. Tem um vasto catálogo de opções e preços que cabem no bolso, mas demora para disponibilizar lançamentos. As séries e filmes excluídos mensalmente pela plataforma são alvo de reclamação dos fãs.
Valor: a partir de 19,90
Looke
O site brasileiro permite o aluguel ou a compra de filmes e séries avulsas, inclusive os que acabaram de sair do cinema. Mas caso o consumidor queira ter acesso quase ilimitado aos conteúdos há a opção do Video Club, serviço de assinatura em que são disponibilizados a maioria dos títulos (os conteúdos do Video Club possuem um selo dourado).
O site possui acervo com mais de 12 mil títulos que vão de clássicos até shows musicais. O conteúdo pode ser assistido online por Android, iPad, SmartTV, computadores, Xbox 360, Xbox One e Windows 10.
Valor: os sete primeiros dias são gratuitos, após esse período a assinatura tem preços a partir de 16,90 reais.
Amazon Prime Video
O serviço da Amazon não oferece tantos títulos conhecidos pelo grande público, mas traz outros conteúdos exclusivos da empresa. A navegação pela plataforma no computador ou aplicativo estão disponíveis apenas no idioma inglês. Legendas e dublagem não estão presentes em todos os vídeos do catálogo.
Valor: a partir de 2,99 dólares (cerca de 9,31 reais) nos seis primeiros meses. Depois do período, serão cobrados 5,99 dólares (aproximadamente 18,66 reais) por mês.
HBO Go
Para ter acesso à ferramenta é necessário ser assinante da HBO. A plataforma é oferecida pelas operadoras de televisão e pode ser acessada por computadores, dispositivos móveis ou Xbox 360. Os conteúdos disponíveis são originais da HBO.
Valor: sem custo adicional para assinantes da HBO
NET Now
São disponibilizados mais de 30 mil títulos, entre filmes, séries e programas. É possível assistir pela televisão, aplicativo ou computador. O serviço é exclusivo para assinantes NET TV HD ou de um dos pacotes do NOW Club.
Valor: gratuito para clientes NET TV HD
SKY Online
O serviço é exclusivo para todos os assinantes SKY, independentemente do plano contratado. Os clientes pagam por filme alugado, mas os consumidores do Clube SKY Online podem assistir ao conteúdo sem custo adicional. O serviço tem parceria com alguns canais, como a HBO, para disponibilizar programas na plataforma. O acesso pode ser feito pela TV, computador, iPad, iPhone, Xbox 360 e Xbox One.
Valor: aluguel de filmes a partir de 4,90 reais
Claro Video
Na plataforma estão disponíveis mais de 15 mil filmes, séries, shows, documentários e desenhos. O serviço está incluso nos planos Pós e Controle, mas outros clientes podem ter acesso à plataforma com a assinatura de um plano mensal.
Ao assinar o Claro Video, os consumidores também tem a opção de alugar conteúdos por 24 horas. Os vídeos são classificados como lançamento (9,90 reais) e catálogo (4,90 reais).
Valor: 19,90 (plano mensal)
Vivo Play
São mais de 10 mil títulos, incluindo filmes, séries e programas de TV. Segundo a empresa, o conteúdo disponível engloba filmes recém-saídos do cinema. O conteúdo pode ser acessado pela televisão, computador, tablet ou smartphone.
Valor: disponível e gratuito apenas para assinantes Vivo TV Fibra
Studio+
O aplicativo é exclusivo para clientes da Vivo. Diferentemente do Vivo Play, a plataforma conta com séries originais de curta duração e mais de 100 produções. Segundo a empresa, o conteúdo foi filmado especificamente para a visualização em dispositivos móveis e há opções para ajudar a economizar banda larga.
Valor: a partir de 12,90 (preço da assinatura mensal, o primeiro mês é gratuito)
YouTube e Google Play
As duas plataformas disponibilizam opções de compra e aluguel de filmes. A vantagem fica por conta do catálogo, segundo o Gerente de Parcerias do YouTube, Phillipe Carrasco. “Quando o filme sai do cinema, ele fica disponível no YouTube ou no Google Play. Além disso, traz facilidade para o consumidor, que compra online, em real e com cartão de crédito”.
Ainda segundo ele, os brasileiros preferem alugar filmes ao invés de comprá-los, tendência contrária da observada no México.
É possível comprar ou alugar filmes por meio de smartphones com sistema operacional Android ou ao acessar os sites pela conta de e-mail da Google.
Valor: varia de acordo com o conteúdo
iTunes Store
Os usuários com iOS podem utilizar a plataforma com cerca de 85 mil títulos disponíveis. Também é possível comprar ou alugar conteúdos adicionais, como cenas dos bastidores, entrevistas e até cenas cortadas ou alternativas.
O recurso Compartilhamento Familiar permite que até seis pessoas da mesma família compartilhem compras feitas no iTunes. Os conteúdos adquiridos podem ser assistidos em outros dispositivos da Apple, como o Mac.
Valor: cobrança em dólar, varia de acordo com o conteúdo