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Cruzeiro do Sul compra Braz Cubas com foco no ensino à distância

Concretização do negócio depende de aprovação de órgãos reguladores; aquisição mantém companhia na quinta colocação do setor no país

Por da Redação
4 set 2019, 22h10
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  • O grupo educacional Cruzeiro do Sul anunciou nesta quarta-feira, 4, a aquisição de sua concorrente Braz Cubas, que tem campus em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. O valor da aquisição não foi revelado, mas especula-se que seja na casa dos 150 milhões de reais.

    Após ampliar seu portfólio para outras regiões do país, o acerto com uma empresa que opera em São Paulo – local em que a Cruzeiro do Sul já tem operação sólida – reforça a presença do grupo na modalidade de ensino à distância. A Braz Cubas tem cerca de 60% de sua operação voltada para o formato – ao todo são 28 cursos nesse estilo, contra apenas 23 no presencial. Com a situação econômica do país instável e a redução de investimentos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), a ampliação física não tem se mostrado uma opção rentável às grandes empresas de educação.

    No ano passado, a companhia expandiu seu portfólio para outros locais do país. Em fevereiro de 2018, comprou a FSG (Centro Universitário da Serra Gaúcha), no Rio Grande do Sul, fazendo sua estreia na região. Quatro meses depois, fechou a aquisição de 84% do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa), maior instituição de ensino superior da capital da Paraíba, marcando sua entrada no Nordeste.

    Em termos numéricos, a compra não tira a Cruzeiro do Sul da quinta colocação do mercado, segundo o coordenador de estudos de mercado da consultoria Hoper Educação, Paulo Presse. Levantamento da instituição revela que a companhia tem 210 mil matrículas, fatia de 2,2% do mercado. Com a aquisição da Braz Cubas, o número subiria a 226 mil, mas ainda longe dos 280 mil da quarta colocada, a Laureate.

    O acerto do negócio durou mais de dois anos. Um dos motivos é a cautela que impera no mercado. Em 2017, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrou a fusão da Kroton e da Estácio, duas das principais empresas do setor. Desde então, as companhias têm tomado mais cuidado em suas negociações, para não esbarrar na autarquia.

    De acordo com Presse, além do ensino à distância, a compra justifica-se pois as grandes marcas não têm como adquirir concorrentes maiores e por isso voltam-se para as menores. Do outro lado, segundo ele, a aquisição também é oportuna para a Braz Cubas, que passou por grande reestruturação interna nos últimos anos.

    A concretização da transação ainda depende da aprovação de órgãos reguladores como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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