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De olho no mercado externo, Bolsa cai ao menor nível em mais de 15 dias

Aumento da expectativa de corte de juros nos Estados Unidos e navio britânico sequestrado pelo Irã influenciam o mercado; dólar sobe a R$ 3,75

Por André Romani 19 jul 2019, 18h37
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  • O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda de 1,2% nesta sexta-feira, 18, caindo para os 103.451 pontos – no menor valor desde o dia 3 de julho. A queda foi influenciada pelo suposto sequestro de um navio britânico pelo Irã e por expectativas de uma queda da taxa de juros nos Estados Unidos menos intensa do que o esperado. O dólar seguiu o mesmo movimento e fechou em alta de 0,4%, sendo negociado, em média, aos 3,75 reais para a venda.

    Sem notícias sobre a reforma da Previdência, já que os parlamentares estão em recesso e voltam a discutir a pauta apenas no dia 6 de agosto, o principal assunto da semana para os investidores tem sido o eventual corte de juros nos Estados Unidos, que será discutido em duas reuniões nos dias 30 e 31 de julho, com o resultado saindo no segundo dia.

    Na quinta-feira, 18, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, que tem direito a voto na reunião do colegiado no final do mês, disse que “quando se tem tanto estímulo à disposição, compensa agir rapidamente para reduzir os juros no primeiro sinal de estresse econômico”. A fala foi entendida como um sinal claro de que haverá corte – e intenso. Atualmente, a taxa no país está no intervalo de 2,25% e 2,50% ao ano. Os investidores aguardavam um corte de 0,25 ponto percentual, mas a afirmação de ontem deu esperanças maiores de uma redução mais robusta, na casa dos 0,50 ponto percentual. “O mercado precificou um corte mais arrojado”, afirmou Vitor Beyruti, economista da Guide investimentos.

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    No entanto, logo após o fechamento das sessões no Brasil, a assessora do porta-voz do Fed de Nova York informou que a fala não se referia a cortes na próxima reunião. Com isso, o pregão desta sexta foi de ajuste. Além disso, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, considerado um dos membros mais propensos a cortes, deu declarações nesta sexta entendidas pelo mercado como conservadoras, indicando que, se ocorrer um corte, ele será de 0,25 ponto.

    Além disso, os investidores também ficaram de olho nas tensões entre o Irã e os Estados Unidos. A Guarda Revolucionária do Irã anunciou ter capturado um navio de bandeira britânica perto do Estreito de Ormuz, de acordo a imprensa iraniana. Esse novo capítulo deve afetar o preço do petróleo. “Gera mais tensão. Aumenta o risco para economia global, porque o estreito é importante para o comércio exterior de petróleo”, completou Beyruti.

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