Desemprego nos Estados Unidos surpreende e cai para 10,2% em julho
Apesar da lenta recuperação, o número de pessoas que procuram emprego e não encontram é de 2,8 milhões, maior que antes da pandemia
O desemprego nos Estados Unidos caiu pela terceira vez consecutiva, indicando uma continuidade no ciclo de recuperação da economia americana após o ápice da crise causada pela Covid-19: em abril, o índice de desemprego chegou a 14,7%. Dados publicados na manhã dessa sexta-feira, 7, pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, mostraram que a taxa de pessoas sem trabalho caiu de 11,2% em junho para 10,2% em julho. Foram 1,8 milhões de vagas criadas no período, acima da expectativa do mercado, que aguardava a criação de 1,48 milhões de vagas. Os números resultam dos juros americanos próximos a zero e principalmente do pacote trilionário de estímulos do governo. Apesar da alta, o número de pessoas que querem um emprego, mas não trabalham, é 2,8 milhões maior que em fevereiro, antes da pandemia.
ASSINE VEJA
Clique e AssineEsse índice é aguardado com ansiedade pelo mercado internacional porque mostra o ritmo da retomada da economia dos Estados Unidos diante do surgimento de novas ondas de contaminação pelo novo coronavírus. Em resposta, as bolsas americanas recuperaram parte das fortes perdas sofridas pelo acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China: a assinatura nessa manhã pelo presidente americano, Donald Trump, de uma ordem de proibição da operação do Tik Tok no país caso sua venda não seja concluída. O aplicativo chinês que produz vídeos musicados para as redes sociais, sucesso principalmente entre os jovens, é acusado de repassar dados dos usuários ao governo chinês. O Dow Jones futuro operava em queda de 0,26%, a 27.213 pontos, por volta das 10h20 no horário de Brasília. Até a Nasdaq, a bolsa americana de tecnologia que vem batendo recorde atrás de recorde durante a pandemia, apresentava baixa nessa sexta-feira, de -0,39%, para 11.217,25 pontos.
Apesar do ciclo positivo, especialistas projetam que ele pode se encerrar com o término do auxílio de 600 dólares do governo, encerrado na semana passada. Às vésperas das eleições presidenciais e diante de um alto déficit fiscal, o Congresso americano é palco de um impasse entre republicanos e democratas a respeito do valor do auxílio a ser estendido. Sem o benefício, o consumo da população diminuirá, o que inevitavelmente impactará nas contratações das empresas. Ontem Donald Trump disse que utilizará o seu poder como chefe do executivo para estender os auxílios e evitar ordens de despejo. Entre as ações preparadas, estão também empréstimos estudantis e diminuição de tributos sobre salários. A grande expectativa do mercado é pela aprovação de mais um pacote assistencial, além, claro, da aprovação da vacina.