A dívida ativa Previdenciária tem um estoque total de 491 bilhões de reais, sendo 331 bilhões desse valor considerados “irrecuperáveis” pelo Governo Federal. A afirmação foi dada pelo procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União e FGTS, Cristiano Neuenschwander, na coletiva de imprensa para explicar o texto da reforma da Previdência, entregue pelo presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira, 20, à Câmara dos Deputados.
“O dado hoje que a gente tem da dívida ativa previdenciária é do estoque total de 491 bilhões, envolvendo cerca de um milhão de empresas devedoras. Desse quantitativo, grande parte são dívidas que não há perspectiva de recuperação”, afirmou Neuenschwander.
De acordo com o procurador-geral, o estoque total das dívidas é “histórico”, com empresas devedoras desde a década de 60. De um milhão de empresas que estão devendo para a Previdência, quatro mil devem acima de 15 milhões de reais e respondem por mais de 60% desses 490 bilhões do total da dívida.
Ainda, segundo Neuenschwander, “160 bilhões de reais tem chance de recuperação alta”. A reforma da Previdência foi o principal argumento do Planalto para o rombo que as aposentadorias causaram nas contas públicas. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a economia gerada pelo projeto deve ser de um trilhão de reais em dez anos.
A reforma da Previdência prevê a fixação de idade mínima para que trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos possam se aposentar. A proposta exige que as mulheres se aposentem após completar 62 anos de idade e os homens, 65,. O tempo mínimo de contribuição, chamado carência, também deve subir. A expectativa é que ele seja de 20 anos. Hoje, esse período é de 15 anos. As mudanças valem tanto para trabalhadores da iniciativa privada quanto para servidores públicos.