Dólar cai para R$ 4,10 e Bolsa sobe após atentado contra Bolsonaro
Na avaliação dos analistas, o ataque fortalece a candidatura de Bolsonaro, que aparece em primeiro nas pesquisas de intenção de voto
O atentado contra o deputado Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, acabou impactando o humor do mercado financeiro. O presidenciável foi esfaqueado na região do abdômen enquanto fazia uma caminhada em Juiz de Fora (MG) nesta quinta-feira. O dólar à vista encerrou o dia sendo vendido por 4,1042 reais, uma queda de 0,95% na comparação com o pregão de quarta-feira. O Ibovespa, principal índice de ações do mercado local, subiu 1,76%, a 76.416,02 pontos.
Na avaliação dos analistas, o ataque pode fortalecer a candidatura de Bolsonaro, que aparece em primeiro nas pesquisas de intenção de voto. Outra leitura é que o ataque enfraquece candidaturas mais alinhadas à esquerda, como as de Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). “Bolsonaro tinha 9 segundos de propaganda na TV. Agora tem 24 horas de exposição em todos os veículos de mídia”, afirma Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae.
Segundo ele, políticos e celebridades enviarão mensagens de melhoras para Bolsonaro, o que pode ajudá-lo ainda mais.
Para o economista-chefe da Spinelli Corretora, André Perfeito, o autor do atentado conseguiu o efeito contrário ao que desejava. “Se a intenção era prejudicar Bolsonaro, a pessoa não conseguiu. Em vez de atrapalhar, o atentado vai gerar dividendos políticos para o candidato.”
Na opinião de Cleber Alessie, analista de câmbio da H.Commcor, a reação mostra que o mercado está mais receptivo à candidatura de Bolsonaro. O preferido do mercado sempre foi o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), que ainda não decolou nas pesquisas de intenção de voto.
“Tenho essa crença de que o mercado não é tão avesso a ele quanto se prega. O mercado não olha para questões pessoais, opiniões, ideologia. O mercado olha para a prática e entre as opções colocadas, a candidatura dele, através do economista Paulo Guedes, mantém o compromisso com a austeridade fiscal”, diz Alessie.
Mario Battistel, da Fair Corretora, também vê relação direta entre o atentado e o comportamento do dólar e Bolsa. Nas vésperas de feriado, a tendência natural é de alta do dólar, já que os bancos não querem ficar tantos dias expostos a incertezas. “O mercado estava fechando quando a notícia surgiu, mas acabou sendo afetado.”