O dólar comercial opera em forte alta nesta quinta-feira, 30. A moeda americana era negociada a 4,267 reais por volta das 14h56, máxima intradia atingida no ano. A preocupação global com o coronavírus e o impacto econômico da epidemia causam aversão a riscos e elevam o valor da moeda. A tendência também é vista no mercado acionário. O Ibovespa, principal índice acionário do país, opera em queda de 1,89%, aos 113.200 pontos.
Esse é a maior cotação do dólar em dois meses e está acima do recorde histórico de fechamento. Em novembro, a moeda disparou, batendo o recorde de 4,25 reais em fechamento e atingindo os 4,28 reais no intradia. Na ocasião, a alta ocorreu após o ministro Paulo Guedes afirmar que a cotação do dólar acima de 4,20 reais era o novo patamar da moeda.
Nesta quinta-feira, a disparada de 1,15% ocorre devido à epidemia chinesa. O número de mortes causadas pelo coronavírus já chegou a 170, com mais de 7 mil casos confirmados no país, o que levou autoridades a restringir viagens e empresas a suspender parte de suas atividades.
Em todo o mundo, investidores temiam as consequências do surto de coronavírus para o crescimento da segunda maior economia do planeta, o que impulsionava o dólar contra boa parte das divisas arriscadas, como peso mexicano, lira turca, dólar australiano e iene chinês.
“Hoje se destaca o fator externo; há um clima pessimista lá fora, pesando de forma incerta com preocupações sobre a China”, disse Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.
No cenário doméstico, os investidores estavam atentos à participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em painel em São Paulo, em que falou sobre as baixas taxas de juros no Brasil e sobre a proposta da reforma administrativa do governo Bolsonaro, que deve ser enviada no início do ano legislativo. Além disso, o Banco Central anunciou que realizará leilão de swap tradicional na segunda-feira para rolagem do vencimento de 1º de abril.
(Com Reuters)