O dólar avançou 2,49% nesta segunda-feira e foi vendido a 3,9175 reais, no maior patamar desde 2 de outubro deste ano, quando foi negociado a 3,9349 reais. Foi a maior alta porcentual desde 14 de junho, quando o aumento foi de 2,64%. Em cinco sessões consecutivas, a moeda americana já acumulou valorização de 4,75% ante o real.
Entre os motivos que pressionaram a alta estão a cautela com o cenário político local e o fluxo de saída de recursos em ambiente de aversão ao risco no exterior – há receio com relação a investimentos em países emergentes, como o Brasil.
Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae, diz que o mercado também está preocupado com a velocidade da aprovação das reformas no Brasil.
Ainda sobre a futura gestão de Jair Bolsonaro, também pesou negativamente a indicação do general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo, já que a pasta é responsável pela articulação com o Congresso Nacional e tradicionalmente ocupada por parlamentares.
Outro fator que influenciou a alta do dólar foi o movimento técnico de compra da moeda americana por bancos. Essa estratégia seria uma antecipação aos movimentos, comuns em meses de dezembro, de remessa de dividendos de multinacionais às matrizes no exterior e retorno de fundos a seus países de origem para balanço de fim de ano.
Bolsa
A bolsa paulista fechou a segunda-feira em queda, descolada do tom positivo de mercados acionários no exterior, tendo as ações de bancos e da mineradora Vale entre as principais pressões negativas – o minério foi um dos commodities cujos preços caíram no mercado internacional em razão do temor das consequências da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,79%, a 85.546,51 pontos. O volume financeiro alcançou 18 bilhões de reais, acima da média diária do mês, de 14,7 bilhões de reais.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)