O dólar encerrou o dia em 4,0717 reais, uma queda de 1,3% em relação ao pregão de quarta-feira (19). Esse é o menor valor de fechamento desde 31 de agosto (4,0724 reais). O desempenho pode ser explicado pela desvalorização global do dólar e pela falta de surpresas com as pesquisas eleitorais sobre intenção de voto para presidente.
No cenário doméstico, a análise é de que as últimas pesquisas reforçam a liderança do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, seguido pelo petista Fernando Haddad. Um dos analistas afirma que o mercado já ‘precificou’ a polarização entre Bolsonaro e Haddad. O que não agradaria ao mercado é se as pesquisas começarem a trazer mudanças, como o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) tirando votos de Bolsonaro ou o pedetista Ciro Gomes avançando sobre os eleitores de Haddad.
Os riscos da disputa comercial entre Estados Unidos e China também foram assimilados, fazendo com que o dólar caísse em todos os países emergentes.
“O mercado não gosta de incertezas. Quando há incertezas, a volatilidade vem mais forte. O fim das incertezas dá tranquilidade, afirma Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae. “O [Donald] Trump já disse qual seria o tamanho da sobretaxação, a China anunciou sua retaliação. Acabaram as incertezas sobre a disputa comercial, as condições foram dadas.”
Para a economista da Spinelli Corretora, Camila de Caso, a queda do dólar está em linha com o cenário global de desvalorização. “Houve uma queda bem parecida em todos os países emergentes. E o Brasil não foi nem o país que mais se recuperou.”
A maior desvalorização da moeda americana ocorreu na Argentina, onde o dólar perdeu 2,87% de seu valor nesta quinta-feira. Depois vem o Chile, com queda de 1,99%, seguido pelo Brasil.