O presidente da China, Xi Jinping, é atualmente o homem mais poderoso do mundo, e isso é motivo de preocupação, segundo a revista The Economist. A publicação considera que, apesar do discurso pacífico, o mandatário amplia seu poder militar exerce forte restrição à liberdade de seus cidadãos, e a expectativa de que ganhe mais influência em um mundo que vê os Estados Unidos perdendo protagonismo internacional gera alerta. “Não esperem que o senhor Xi mude a China, ou o mundo, para melhor”, diz o texto.
Para a revista inglesa, Xi se apresenta à comunidade internacional como amigável, como ao apoiar a globalização no Fórum de Davos e o combate ao aquecimento global, no acordo de Paris. Mas é preciso estar atento ao aumento da influência da China no planeta, que cresce com a política de investir muito dinheiro em infraestrutura, em vários países, gerando progresso. “Isso é 0 tipo de liderança que os Estados Unidos não mostram desde o pós-guerra com o Plano Marshall na Europa ocidental (que era consideravelmente menor)”, compara.
Além da influência econômica, a China, sob o domínio de Xi, também amplia seu poder militar. O país inaugurou sua primeira base fora do seu território neste ano, no Djibouti, faz manobras militares no Mar Báltico (norte da Europa) e constrói ilhas artificiais com aparato militar ao sul das suas fronteiras.
Em relação ao comportamento doméstico, o perfil é de restringir as liberdades mais do que seu antecessor fazia, e vê qualquer sinal instabilidade política como um risco de o país ter o mesmo destino da União Soviética. “Ele parece determinado para apertar o controle sobre a sociedade chinesa, não apenas por aumentar os poderes do estado em vigilância, e por seguir comandando a cúpula da economia firmemente sob as mãos do partido”, argumenta a Economist.
De acordo com a revista, Xi deve ter mais poderes a partir da convenção quinquenal do partido comunista, marcada para o dia 18. E que, há analistas que apontam que ele deve mostrar sua verdadeira face após se consolidar no poder, quando deve começar reformas econômicas e sociais. Segundo a publicação inglesa, ter o poder sobre a vida de 1,4 bilhão de pessoas na mão de um só homem não é bom, ainda menos com os Estados Unidos perdendo importância graças aos erros de Donald Trump, um líder fraco. “O mundo não quer os Estados Unidos isolacionistas ou uma ditadura na China. Infelizmente, pode ser que tenha os dois”, diz o texto.