O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 18 que o estado aposta em concessões e parcerias público-privadas (PPPs) como instrumentos centrais para a reconstrução da infraestrutura gaúcha após a maior tragédia climática de sua história. O tucano participou do Fórum VEJA Infraestrutura, em São Paulo, onde compartilhou sua experiência à frente do estado durante a crise gerada pelas enchentes que devastaram mais de 400 municípios em 2024.

Leite citou como exemplo o caso do aeroporto de Porto Alegre, administrado pela alemã Fraport. Após a inundação, a concessionária acionou o seguro, mas o valor não cobriu todo o investimento necessário para a recuperação da estrutura. “Se não fosse a concessão, estaríamos por muito mais tempo sem o aeroporto. O seguro era incapaz de fazer frente ao tamanho do dano. Foi preciso discutir a alocação de riscos entre concessionária e governo federal para viabilizar os aportes”, disse.

Segundo o governador, a estratégia é aproveitar os cerca de R$ 14 bilhões que o estado deixará de pagar à União até 2027, fruto da suspensão temporária do serviço da dívida, para potencializar investimentos via concessões. “Ao invés de apenas executar obras públicas diretamente, vamos direcionar parte desses recursos como aportes em concessões. Isso permite ampliar o volume de obras de resiliência climática sem onerar excessivamente as tarifas cobradas do usuário”, explicou.

Leite ressaltou que o Rio Grande do Sul deve enfrentar, em escala maior, eventos climáticos que já atingem outras partes do Brasil. “O tema da resiliência climática vai estar cada vez mais presente e custa dinheiro. É preciso viabilizar com urgência e com capacidade econômica, e as concessões vão ser estratégicas para isso”, afirmou.

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