O bilionário Elon Musk, fundador da Tesla e Spacex, concluiu a compra do Twitter nesta quinta-feira, 27, após sete meses de uma batalha travada entre as partes e que chegou a ir para os tribunais. Uma das primeiras medidas do empresário foi realizar mudanças na gestão com a demissão dos executivos de alto escalão da companhia, o presidente-executivo, Parag Agrawal, o diretor financeiro, Ned Segal, e a chefe de assuntos jurídicos e de relações institucionais, Vijaya Gadde. De acordo com o Washington Post, Musk planeja demitir até 75% da equipe do Twitter.
Em seu primeiro discurso na sede da empresa, Musk deu algumas sinalizações de seus planos. O empresário pretende ampliar as contas verificadas para todos os usuários, não apenas às celebridades, e a eliminar as contas automatizadas que simulam as interações humanas, os chamados bots. Musk também continua falando sobre a intenção de tornar a rede em uma “praça digital comum, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”. Essa ideia de tornar o Twitter um espaço livre para opiniões vinha gerando bastante preocupação entre os críticos por abrir espaço para discursos de ódio. Mas Musk adotou um tom mais ameno e cauteloso, prometendo que a plataforma “não vai se tornar um inferno livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”.
Musk não explicou ou deu mais detalhes de como fará isso, mas adotou mais parcimônia com o tema, pois pretender tornar a rede a “plataforma de publicidade mais respeitada do mundo” e um ambiente hostil pode atrapalhar esses planos. Cerca de 92% da receita do Twitter é gerada com vendas de publicidade, mas a receita com anúncio vem diminuindo ao longo dos anos. Musk também pretende atrair mais público para o Twitter, como celebridades e influenciadores, que reduziram o uso e migraram para plataformas rivais. O empresário também sugeriu que o Twitter deveria avançar para as assinaturas e remover os anúncios do Twitter Blue, um programa premium que oferece aos usuários recursos adicionais.
Canal poderosíssimo na disseminação de conteúdo digital, o Twitter conta com apenas uma fração dos usuários ativos das suas principais concorrentes. Também é uma das redes sociais mais problemáticas financeiramente. Embora a receita tenha crescido ao longo dos anos, os lucros sumiram. O prejuízo, no ano passado, foi de 221 milhões de dólares e, em 2020, de 1,14 bilhão de dólares. A receita por usuário na Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, é de 41 dólares, enquanto no Twitter fica em 12.