Em novo recorde, país tem 61,2 milhões de pessoas com dívidas em atraso
Entre os motivos que influenciaram a alta da inadimplência estão o desemprego elevado, renda estagnada e gastos típicos de começo de ano, como IPVA
O total de consumidores com dívidas em atraso atingiu 61,2 milhões de pessoas em abril, segundo estudo divulgado hoje pela Serasa Experian. Na comparação com abril de 2017, quando havia 60,1 milhões de inadimplentes, houve uma alta de 1,9%. O recorde anterior foi identificado em novembro de 2017, quando 61,1 milhões de pessoas possuíam contas em atraso.
De acordo com o levantamento, cada endividado possui em média quatro contas atrasadas, totalizando 4.438 reais por pessoa. O total dívidas atrasadas somou 271,7 bilhões de reais.
Entre os motivos que influenciaram a alta da inadimplência estão o desemprego elevado, renda estagnada e gastos típicos de começo de ano, como IPVA, IPTU e material escolar, que desequilibram o orçamento doméstico.
A dívida que mais desequilibra o orçamento doméstico é o cartão de crédito. Pesquisa mostra que dívidas atrasadas com bancos e cartões de crédito representam 28% das contas em atraso. Os débitos com água, luz e gás aparecem em segundo lugar (19,2%). Na sequência aparecem dívidas com o varejo (12,6%), telefonia (11,5%), serviços (10,9%), financeira/leasing (10%) e outros (7,3%).
Raio-x do devedor
O levantamento mostra que os homens representam 50,8% dos inadimplentes. Por idade, a faixa que concentra a maior parte de devedores é a que está entre 41 e 50 anos (19,7% do total). Em segundo lugar no ranking de participação entre os inadimplentes estão os jovens de 18 a 25 anos, que respondem por 14,2% do total.
Por região, o Sudeste concentra 45,1% dos inadimplentes do país, seguido por Nordeste, com 25,2%, Sul, 12,7%, Norte, 8,9% e Centro-Oeste, 8,1%.