Empregos, produção e pedidos industriais nos EUA crescem em fevereiro
Expectativa para o pacote de Biden e indícios fracos de inflação acalmam mercado; movimento industrial é dos melhores em 20 anos
Dados positivos da maior economia do mundo servem de combustível para os mercados mundiais e, no contexto da pandemia, os registros de recuperação nos Estados Unidos estão sendo bem vistos. O PMI da indústria dos Estados Unidos, divulgado pela IHS Markit nesta segunda-feira, 1º, aponta que o setor teve a segunda alta mais forte dos últimos 20 anos, com forte aumento de pedidos e de produção nas fábricas.
Apesar de a taxa de crescimento geral ter diminuído em relação ao mês anterior, de 59,2 para 58,6 em fevereiro, os empregos tiveram a maior expansão desde setembro de 2014. O movimento industrial, que vem na esteira da aceleração da vacinação por lá, também serve para tranquilizar o mercado.
Um dos principais motivos de cautela dos investidores americanos, que disparou os títulos públicos do país na semana passada, é que haja um excesso de inflação com a volta do crescimento econômico, mas neste sentido as informações do PMI foram positivas. Houve, no mês, escassez de matéria prima e fornecedores, o que inevitavelmente aumentou o custo dos insumos, mas eles foram repassados apenas parcialmente aos clientes.
“Uma preocupação é que a escassez de matéria-prima tenha se tornado um problema crescente, com atrasos recordes na cadeia de abastecimento relatados em fevereiro, contribuindo para a maior alta nos custos de materiais visto na última década. Preços cobrados por uma ampla variedade de mercadorias que saem das fábricas estão, consequentemente, aumentando, o que provavelmente contribuirá para o aumento da inflação ao consumidor”, diz Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.
Apesar do alerta, estas informações não assustaram os investidores e ajudaram a dar fim à escalada dos juros dos títulos dos Tesouro Americano, que caíam nesta segunda-feira, 1º. Somada a isso a expectativa de aprovação do pacote de 1,9 trilhão de dólares no Congresso americano, as bolsas locais dispararam, com o S&P 500 e o índice Dow Jones registrando altas acima de 2%, por volta das 16h. As bolsas brasileiras refletiram o otimismo americano e o Ibovespa crescia 1,85% no horário.