Empresas se adaptam ao Brasil pós-crise
A indústria automobilística mostra os primeiros sinais de superação da recessão econômica, mas os recentes lançamentos revelam carros mais simples e baratos
O carro da vez, aquele que caiu nas graças dos consumidores brasileiros, é o Renault Kwid. O estilo moderninho e o preço atrativo (a versão mais básica sai por menos de 30 000 reais) fizeram as encomendas da pré-venda superar em quatro vezes o volume esperado pela montadora francesa. Quem quiser comprar um agora terá de esperar até novembro para vê-lo na garagem. O preço baixo, sem dúvida, é o grande estímulo para o consumidor.
Embora nos anúncios publicitários o modelo seja exibido como um utilitário esportivo compacto, ao vivo e em cores se percebe que a estratégia da companhia foi economizar nas peças e no custo. Exemplos: as rodas são presas por apenas três parafusos, em vez de quatro, e há um único limpador dianteiro de para-brisa. O espaço para os passageiros no banco de trás fica longe também daquele oferecido pelos jipes da moda. Cerca de 40% das peças do compacto são feitas na Índia – ele é comercializado no país desde 2015.
Com tudo isso, o Kwid simboliza a nova realidade do mercado automobilístico brasileiro. Nos anos de euforia e ascensão social, as marcas acompanhavam as tendências dos Estados Unidos e Europa, lançando carros sofisticados e de última geração. A ordem agora é desenvolver carros mais adaptados à realidade financeira dos brasileiros, em vez de lançar modelos idênticos aos dos países ricos. Não só as montadoras, como as indústrias de outros setores, buscam adaptar-se ao panorama do Brasil pós-recessão. A perspectiva para os próximos meses é de retomada gradual da economia, desemprego elevado e lenta recuperação do poder de compra das famílias.
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