A entrevista de emprego pode se tornar um pesadelo para quem busca uma vaga no mercado de trabalho, mas existem táticas que ajudam os candidatos na hora de demonstrar suas habilidades ao recrutador. A consultoria Michael Page recomenda que os candidatos recorram a técnica STAR, que auxilia o entrevistado a estruturar um discurso para responder questões sobre competências pessoais.
“Em anos anteriores, as empresas buscavam profissionais com conhecimento e domínio técnico de suas áreas. Atualmente, o fator determinante em uma contratação são as competências pessoais. O intuito é minimizar o risco de não aderência de perfil do profissional à posição em si e, principalmente, valores e cultura da empresa”, disse o gerente-executivo da Michael Page, João Kluppel.
A técnica STAR funciona como um guia para o candidato durante a entrevista. “Trata-se de um anagrama onde primeiro pontua-se qual era a Situação (lembrar onde e quando o candidato precisou usar seus conhecimentos), qual a Tarefa que tinha à frente (descrever a atividade), qual Ação foi realizada (explicar o passo a passo e a motivação durante o trabalho) e qual o Resultado (detalhar as consequências positivas)”, explicou Kluppel.
“A técnica ajuda os candidatos a criarem uma linha de raciocínio, trazendo detalhes ao discurso, traçando qual era o objetivo em si, se houveram obstáculos, de que maneira reagiu e qual o resultado atingido”, afirmou o gerente-executivo.
A Michael Page elaborou uma lista que reúne as cinco perguntas sobre competências pessoais mais utilizadas pelos recrutadores em 2017. Entre elas, questões sobre competências individuais, administrativas, analíticas, interpessoais e motivacionais. Confira:
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Segundo Kluppel, essa questão de competência individual surge quando o recrutador quer entender como o candidato desenvolveu valores como determinação, persistência, conhecimento, independência, decisão de riscos e integridade pessoal. “São competências que florescem no indivíduo. Portanto, são de dentro para fora”, disse ele.
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Esse tipo de pergunta busca compreender a real capacidade do entrevistado para tomar conta de outras pessoas, assumir a liderança, priorizar o pensamento estratégico, tocar planos de ação e melhorar o controle administrativo. A pergunta é sobre competências administrativas, de acordo com Kluppel.
“Um dos setores que abriga exemplos abundantes dessa questão é a área de marketing, até pela característica de formação em humanas das pessoas, que são fortes em comunicação, mas em geral precisam de maior auxílio nas funções de muito detalhamento técnico, checagem orçamentária e controle de processos”, comentou ele.
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Aqui, o candidato deve comentar com clareza as suas habilidades de tomada de decisão, quando ele apresentou algum grau de inovação, aprendizado prático e atenção aos detalhes.
“A capacidade de enxergar erros, e princípios de soluções, escondidos em números ou detalhes do dia a dia, está associada à competência analítica. O setor de varejo é um bom exemplo de segmento onde a competência analítica pode evitar erros gravíssimos em indicadores de desempenho”, afirmou Kluppel.
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Segundo Kluppel, essa questão é intuitiva, mas nem sempre é tão bem respondida pelos candidatos. “O recrutador deseja saber sobre as virtudes colaborativas, de persuasão, ou seja, as competências interpessoais do candidato. Empresas de todos os portes, dos mais variados setores, estão estruturadas à base de equipes que atuam em vários projetos ao mesmo tempo e um bom exemplo é o das startups e de algumas gigantes da tecnologia”, disse ele.
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Para Kluppel, é neste momento em que o candidato deve apresentar suas competências motivacionais.
“Afinal, quando algo não está bem dentro do trabalho, o que realmente é capaz de manter uma pessoa em pé e forte até o final do seu objetivo? Sem dúvida, é o poder de motivação. Nesses casos, o recrutador quer compreender os níveis de resiliência, orientação de resultados, foco e iniciativa do candidato, e tudo isso está atrelado à motivação”, contou o gerente-executivo da Michael Page.