O crescimento do emprego acelerou nos Estados Unidos, indicando um mercado de trabalho bastante forte. O relatório aponta a criação de 336 mil empregos em setembro, quase o dobro do esperado (170 mil). O mercado ainda bem aquecido pressiona a inflação americana e fortalece chances novas altas nos juros pelo banco central dos EUA. Além disso, houve revisões para cima em 119 mil nos dois meses anteriores.
Trata-se do maior aumento desde janeiro, mês em que foram abertos 472 mil postos de trabalho. “Em maio de 2022 os EUA começaram o aperto monetário para desacelerar a economia no pós-Covid e, naquele momento, a taxa referencial de juro americana estava em 1% e a taxa de desemprego estava em 3,6%”, diz Volnei Eyng, presidente da gestora Multiplike. “Mesmo após todo o trabalho da autoridade monetária para enfraquecer o consumo, a taxa de juro aumentou para 5,5% e, ainda assim, continua em pleno emprego, agora em 3,8%.”
Logo após a divulgação dos dados, os mercados reagiram. Por aqui, o dólar avançou para o nível de 5,20 reais e renovou a máxima a 5,22 reais. O Ibovespa futuro, que operava em leve alta, inverteu o sinal e passou a recuar próximo a 1%. Próximo do horário do almoço, o pessimismo se transformou em cautela e a bolsa passou a operar em estabilidade, avançando para alta com a variação positiva de papéis locais como Petrobras, Banco do Brasil e Vale. Por volta das 15h30, o Ibovespa avançava 1,03%, aos 114 mil pontos, enquanto o dólar comercial era negociado a 5,15 reais. Na semana, a moeda americana registra valorização de 2%, refletindo a alta dos títulos da dívida americana. vistos como um dos investimentos mais seguros do mundo.
Resultado
A taxa de desemprego ficou estável em 3,8%, acima da expectativa de 3,7%. O resultado já começou a ser sentido por aqui. A taxa de participação permaneceu em 62,8%, conforme o esperado. “Com os dados da pesquisa de emprego ficando relativamente bem comportados, o payroll traz um veio muito positivo para a divulgação de hoje, o que deve reforçar a preocupação com austeridade do Fed, mas principalmente consolidar a posição de que a autoridade não iniciará o ciclo baixista de juro em breve, o que apostamos deverá ocorrer apenas no final de 2024”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da corretora Ativa Investimentos.