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Europa adota postura agressiva para enfrentar inflação galopante

Essa é a primeira alta em 11 anos; o aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros veio em linha com o esperado pelo mercado

Por Luana Zanobia Atualizado em 21 jul 2022, 11h12 - Publicado em 21 jul 2022, 09h57
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  • O Banco Central Europeu (BCE) elevou nesta quinta-feira, 21, a taxa de juros em 0,50 ponto percentual, a primeira alta em 11 anos. O aumento mais agressivo veio em linha com o esperado pelo mercado. As expectativas giravam em torno de 0,25 a 0,50 ponto percentual, com o mercado especulando nos últimos dias um aumento na faixa máxima de 0,50 ponto percentual para enfrentar a inflação crescente e fazer frente à elevação dos juros nos Estados Unidos.

    A Europa enfrenta uma inflação de 8,6% com abalos econômicos causados anteriormente pela Covid-19 e agora pela guerra no Leste Europeu, que vem causando um temor em toda Europa de uma crise energética devido à alta dependência do continente ao gás russo. Essas preocupações aumentaram nos últimos dias com os serviços de manutenção do principal gasoduto, o Nord Stream 1, sobre os quais o mercado vinha aventando a possibilidade de os russos prolongarem propositalmente esse período de parada de fornecimento. Para alívio dos europeus, a manutenção foi finalizada dentro do prazo de 10 dias e o gasoduto voltou a operar com 40% de capacidade.

    A escalada da inflação nos Estados Unidos, de 9,1%, divulgada nas últimas semanas, também havia aumentado as chances de uma resposta mais dura do BCE para controlar as perspectivas inflacionárias e a desvalorização de sua moeda, o euro, frente ao dólar. “O Conselho do BCE considerou apropriado dar um primeiro passo maior, na sua trajetória de normalização das taxas de juro diretoras, do que o sinalizado na reunião anterior. Esta decisão se assenta na avaliação atualizada do Conselho do BCE, relativamente aos riscos de inflação”, diz o BCE em comunicado.

    O BCE reforçou ainda que vai direcionar a sua política monetária para trazer de volta a inflação para a meta de 2%. “A antecipação, hoje decidida, da saída de taxas de juro negativas permite ao Conselho do BCE efetuar a transição para uma abordagem, decidida reunião a reunião, para as decisões sobre as taxas de juro. A futura trajetória das taxas de juro diretoras definida pelo Conselho do BCE continuará a depender dos dados e ajudará a cumprir o objetivo de inflação de 2% a médio prazo”, diz a autoridade monetária da região.

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