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Facebook derruba rede de falso engajamento mantida por brasileiros

O comércio irregular foi identificado durante investigação sobre atuação de páginas falsas na eleição presidencial do México

Por Thaís Augusto Atualizado em 15 ago 2018, 15h08 - Publicado em 15 ago 2018, 11h10

O Facebook derrubou nesta quarta-feira uma rede brasileira de falso engajamento formada por 72 grupos, cinquenta contas e cinco páginas. A rede era responsável por um comércio de curtidas e seguidores – que violam as políticas de autenticidade e spam do Facebook.

A rede ilegal foi denunciada pelo Digital Forensic Research Lab (DFRLab), uma unidade investigativa do Atlantic Council, organização que fornece informações ao Facebook sobre ameaças de abusos e campanhas de desinformação. O comércio irregular foi identificado durante investigação sobre a amplificação de páginas falsas na eleição presidencial do México.

Segundo o relatório, os brasileiros estavam envolvidos na promoção de conteúdo partidário no país latino. “Com as eleições do Brasil, previstas para 7 de outubro, essa rede tem potencial para reproduzir em casa suas operações do México”, diz o texto.

Mais de 100 perfis brasileiros, que curtiam conteúdos das eleições mexicanas, alegavam trabalhar em uma página chamada “Frases & Versos”, com 5 milhões de curtidas. Alguns usuários haviam criado suas contas apenas em setembro de 2017.

De acordo com o DFRLab, as curtidas não são de tráfego espontâneo: “As reações em duas páginas mexicanas altamente partidárias não vieram apenas de contas brasileiras: vieram das mesmas contas brasileiras, reagindo na mesma ordem”.

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Engajamento nas redes sociais em troca de dinheiro
Perfis falsos reagem à publicações sobre eleições mexicanas no Facebook (DFRLab/Facebook/Reprodução)

Outra evidência de perfis falsos para criar engajamento é o uso de fotos “emprestadas”. “Uma das primeiras contas a curtir os posts, Viitor Sillva, usou em seu perfil a foto da atriz Chantal Goya. É um método comum para mascarar contas falsas ou automatizadas”, explicou a organização no relatório.

Na rede eliminada nesta quarta-feira não há evidências de ativismo político no Brasil, mas, de acordo com o DFRLab, ela tem capacidade para distorcer o debate das eleições presidenciais. “A rede monetizada de curtidas em larga escala, vendas de páginas e ações comerciais permite a criação de uma falsa impressão de popularidade, como foi visto no México”.

Segundo a investigação, os perfis falsos brasileiros eram coordenados pela entidade PCSD, referência ao termo “pegar comunidade sem dono”, popular na época do Orkut, que operava para turbinar posts em redes sociais. O grupo tinha uma página oficial, uma página reserva, um grupo fechado, outro aberto e uma “assessoria de comunicação”.

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No grupo RegistroDeTrocasPCSD, por exemplo, os usuários descreviam suas negociações de interações no Facebook, Twitter e Instagram em troca de dinheiro, pagamentos via Paypal e até por outras páginas em redes sociais. Reproduções mostram que usuários publicavam imagens de extratos bancários para comprovar vendas e quanto haviam recebido pelo “serviço”.

A partir das irregularidades identificadas, o Facebook mapeou todas as conexões da rede. “Nós não permitimos um comportamento inautêntico coordenado e estamos banindo o PCSD de nossa plataforma”, disse a rede social em comunicado.

A rede social também removeu 51 contas do Instagram, que estavam associadas às que foram banidas do Facebook.

No primeiro trimestre deste ano, o Facebook removeu 837 milhões de conteúdos de spam e 583 milhões de contas falsas em todo o mundo. No mês passado, a rede social tirou do ar 196 páginas do Brasil sob acusação de “desinformação” – muitas delas eram ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL).

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