A fase de grupos da Champions League começou nesta semana pela primeira vez nos últimos 20 anos sem Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar. Curiosamente, os números de audiência do jogo entre PSG e Borussia foi o menos assistido da história do SBT, que transmite a competição na TV aberta, com 2,8 pontos de média.
Do ponto de vista do marketing, especialistas entendem a competição perde sem os astros, mas o aparecimento de novos craques deve fazer com que essa carência seja recompensada. “Se fosse para apostar em algo para superar essa perda, investiria em melhorar ainda mais os conteúdos e mostrar uma nova perspectiva sobre os clubes participantes. A construção de novos ídolos e de novos ‘duelos’ também são estratégias importantes para que a competição continue mantendo o torcedor engajado”, diz Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty.
Messi, hoje no Inter Miami, só estreou na Champions em 2005 e conquistou quatro taças com o Barcelona. Já CR7, agora no Al Nassr, da Arábia Saudita, esteve no torneio de 2002, atuando pelo Sporting, de Portugal, mas viu sua equipe cair ainda na fase preliminar. O português levantou cinco canecos da competição e também é o maior artilheiro, com 141 gols, superando o próprio Messi, que vem logo atrás com 129 tentos. Executivos ligados ao futebol entendem que esse fato pode ter sido apenas uma coincidência, já que novos astros e aqueles mais conhecidos como Mbappé, Haaland e Vini Jr. vão conseguir sustentar a competição à medida que ela seja disputada. “Ainda não é possível dizer quem é ou será já nessa temporada “o símbolo” da competição, mas é certo que eles são os principais postulantes dessa condição, pelas seus números e conquistas recentes”, diz Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento americana.
Apesar de sempre serem vistos como astros, Cristiano e Messi já não vinham sendo as estrelas principais da Champions nos últimos anos, dando espaço justamente a Mbappé, Haaland e Vini Jr. “Apesar da idade e de já não serem diferenciais técnicos como eram num passado recente, CR7 e Messi ainda carregam um peso gigantesco quando falamos em engajamento com venda de produtos, camisas e licenciamentos diversos, redes sociais e o próprio ganho com a imagem deles em vários países do mundo”, diz Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.