Em ata, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (banco central americano, o Fed) explicou que a decisão de manter os juros entre 5,25% e 5,50% decorre das incertezas com o cenário econômico e com a persistência de níveis elevados de inflação. Os membros do Comitê observaram que a expansão da atividade econômica continua a ocorrer a um ritmo robusto, com ganhos significativos no mercado de trabalho e uma taxa de desemprego historicamente baixa, e não deu sinalizações de cortes futuros nos juros.
O comitê reconhece que, nos últimos meses, houve um modesto progresso adicional em direção à meta de inflação de 2%, mas ressalta que os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. “Os ganhos de emprego permaneceram fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação diminuiu no ano passado, mas continua elevada,” diz o documento.
O FOMC destacou que os riscos para a consecução da meta parecem ter equilibrado melhor ao longo do último ano, mas ainda vê riscos e incertezas no cenário econômico. O Comitê julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação se moveram em direção a um melhor equilíbrio no último ano, mas “a perspectiva econômica é incerta, e o Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”.
O FOMC reforçou novamente, em linha com a última ata, que qualquer ajuste futuro dependerá da avaliação cuidadosa dos dados econômicos recebidos e da evolução das condições econômicas. “O Comitê não espera que seja apropriado reduzir a faixa-alvo até que tenha adquirido maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%.”
A decisão de não indicar cortes futuros nas taxas de juros pode ter repercussões significativas no mercado cambial, especialmente em um contexto no qual o dólar já está em alta, devido às declarações de Lula contra o Banco Central do Brasil e ao aumento percebido do risco fiscal. Com as taxas de juros relativamente elevadas nos Estados Unidos, investidores estrangeiros podem ser atraídos para ativos denominados em dólares, como títulos do Tesouro dos EUA, buscando retornos mais atrativos. Esse movimento potencialmente aumentaria a demanda pela moeda americana, provocando uma valorização em relação a moedas de economias emergentes como o real brasileiro.