Fim do saque-aniversário do FGTS dificultaria acesso ao crédito, diz Eduardo Lopes

Para o presidente da Zetta, entidade que reúne as fintechs brasileiras, plano do governo seria uma má ideia

Por Márcio Juliboni 31 ago 2024, 08h00

O governo quer acabar com o saque-aniversário do FGTS e substituí-lo por uma nova versão de crédito consignado para quem tem carteira assinada. Mas, para Eduardo Lopes, diretor do Nubank e presidente da Zetta, entidade que reúne as fintechs brasileiras, seria uma má ideia. Saiba por quê

Trocar o saque-aniversário pelo crédito consignado seria ruim? As linhas de crédito que antecipam o saque-aniversário são as mais baratas do país, com taxa de 1,66% ao mês, ante 2,76% do crédito consignado. Há 130 milhões de pessoas com contas no FGTS, mas apenas 40 milhões com carteira assinada. A medida dificultaria o acesso de cerca de 90 milhões ao crédito. Além disso, ao descontar as parcelas do salário, o consignado compromete a renda do tomador, algo que o saque-aniversário não faz.

Qual é o peso do crédito vinculado ao saque-­aniversário? Cerca de 30 milhões de pessoas aderiram ao saque anual do Fundo de Garantia. Mas nossas pesquisas mostram que os brasileiros querem ter essa opção em caso de emergência. Segundo o Datafolha, pagar contas atrasadas é o objetivo de 73% das pessoas que recorrem a esse tipo de crédito. Sem ele, quem está negativado busca amigos, parentes e agiotas. Não podemos tapar o sol com a peneira.

Qual seria o impacto para as fintechs? Todo o mercado sentiria, e não apenas as fintechs. De grandes bancos a pequenas fintechs, todos trabalham com esse tipo de crédito. Ele é barato justamente porque conta com a garantia do saque-­aniversário. Para instituições menores, isso representa um risco menor.

Publicado em VEJA, agosto de 2024, edição VEJA Negócios nº 5

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