A Ford anunciou nesta terça-feira, 19, que vai deixar de atuar no segmento de caminhões na América do Sul. Como consequência, a empresa encerrará as operações na fábrica de São Bernardo do Campo.
O motivo, segundo a empresa, é a “ampla reestruturação de seu negócio global.” O processo ocorrerá ao longo de 2019 e os modelos Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta, produzidos apenas na fábrica paulista, vão deixar de ser comercializados assim que terminarem os estoques.
A Ford calcula um impacto de cerca de 460 milhões de dólares (1,7 bilhão de reais) em despesas, como consequência da decisão de encerrar as operações em São Bernardo.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, disse “nós não aceitamos esse anuncio e vamos fazer a luta necessária para reverter essa decisão”, por comunicado em suas redes sociais. Segundo ele, o sindicato já estava se preparando para essa notícia, devido a complicações com a Ford no começo do ano. Em janeiro houve uma assembleia na portaria da fábrica para negociar a vinda de um novo produto para a planta, o que não se concretizou. Posteriormente o sindicato pediu a reunião desta terça-feira, 19, para que a empresa “deixasse claro as suas intenções com a planta de São Bernardo”.
Outra grande montadora, a General Motors, tinha anunciado no começo do ano sua saída da América Latina. A empresa negocia termos e condições com os sindicatos de São José dos Campos e São Caetano do Sul, cidades onde possui fábricas, para permanecer no país. Foram 28 imposições da GM, entre elas a diminuição do piso salarial e o aumento na jornada de trabalho para novos contratados. Os representantes dos trabalhadores acham a proposta “agressiva”.