O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, pediu nesta quarta-feira, 16, que a Renault convoque um conselho de administração da empresa – da qual o Estado francês é o principal acionista – para substituir Carlos Ghosn na presidência, após ter sido detido no Japão por corrupção. Nissan e Mitsubishi já destituíram o empresário brasileiro.
Segundo Le Maire, “nesta nova etapa, necessitamos de uma nova governança (para a Renault). Sempre falei, lembrando a presunção de inocência de Carlos Ghosn, que ele estava impossibilitado de forma duradoura e teríamos que passar para a etapa seguinte. E estamos nela”, disse o ministro à emissora de televisão “LCI”. O ministro já pediu, na sua condição de acionista de referência, a convocação de um conselho de administração para que “designe uma direção duradoura”.
O empresário, que presidia a aliança Nissan-Mitsubishi Motors-Renault, é acusado de sonegar 5 bilhões de ienes (170 milhões de reais) em imposto de renda entre 2010 e 2015. Ghosn também é suspeito de sonegação de renda entre 2015 e 2018, de abuso de confiança, assim como de desviar dinheiro de uma conta da Nissan para um amigo saudita.
Dois representantes do governo francês estão atualmente em Tóquio para se reunirem com diretores da Nissan sobre a sucessão de Ghosn. Até agora, a França tinha mantido o apoio ao empresário, desempossado dos cargos de presidente da Nissan e da Mitsubishi.
O Estado francês controla mais de 15% das ações da Renault, uma porcentagem similar à da Nissan, que, no entanto, não tem direito de voto na junta de acionistas. A Renault, por sua parte, tem 43% da Nissan, o que gera tensões entre os acionistas japoneses.
(Com Reuters)