Funcionários da Receita Federal fazem greve na quarta-feira
Os servidores paralisarão as atividades em protesto contra o adiamento do reajuste salarial acertado com o governo em 2016; sindicato espera adesão de 7.000
Os analistas tributários da Receita Federal anunciaram que farão uma greve durante a quarta-feira (25). A previsão é de que 7.000 funcionários integrem a paralisação, segundo o sindicato da categoria (Sindireceita). Neste dia, serão interrompidos serviços como atendimento a contribuintes, emissão de certidões negativas, regularização de débitos e relacionados às atividades aduaneiras. Os servidores paralisarão as atividades em protesto contra o adiamento do reajuste salarial acertado com o governo em 2016.
Os funcionários da Receita obtiveram um aumento de 21,3% no ano passado, que deveria ser feito em quatro parcelas. Apesar das primeiras duas primeiras já terem sido acertadas, a equipe econômica vai postergar a etapa prevista para janeiro de 2018 para janeiro de 2019.
O adiamento dos reajustes foi anunciado pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, junto com alterações nas carreiras públicas, em meio ao anúncio de aumentar a meta fiscal para os anos de 2017 e 2018. A preocupação do governo é de que não consiga fechar as contas dentro do rombo previsto para os dois anos (um déficit de 159 bilhões de reais).
Os auditores também protestam contra a não regulamentação do bônus por produtividade, que também foi combinado com o governo, mas cujo decreto não foi criado até o momento.
Outro lado
Procurado por VEJA, o Ministério do Planejamento disse, por meio de nota, que os “reajustes salariais acordados com as categorias de servidores do Executivo que optaram pelo pagamento escalonado dos novos índices serão cumpridos, tendo sido postergada somente a data de efetivação da medida, que ficou para a partir de 2019. Sobre a movimentação dos sindicalistas este Ministério não se manifesta”, diz o texto.
O Ministério da Fazenda, ao qual a Receita Federal é ligado, disse que não comentaria o caso.