A popularização dos smartphones altera cada vez mais os hábitos dos brasileiros. A mudança já chegou ao pagamento de gorjetas. Sete em cada dez passageiros (70% do total) de táxis ou de carros particulares chamados pelos aplicativos disseram preferir o celular para deixar um dinheiro extra para o motorista, e só três (equivalente a 30%) escolhem pagar com notas ou moedas, segundo pesquisa realizada com mais de 7 000 passageiros de todo o Brasil nesta semana, nos dias 10 e 11, pela 99 (a ex-99 Táxis).
“Costumava dar a gorjeta em dinheiro, mas o aplicativo facilita muito, porque nem sempre a gente anda com trocado na carteira”, diz a administradora Luciana Saad Lutfi, que costuma avaliar os condutores pela simpatia, a qualidade do carro e a pontualidade. A mesma pesquisa aponta que o bom atendimento é a principal razão que leva um passageiro a decidir dar uma gorjeta. Foi o fator citado por 70% dos entrevistados. Em segundo lugar, com 35% das menções, ficou a disponibilidade financeira, ou seja, se a pessoa dispunha de dinheiro virtual ou físico para desembolsar com a viagem. Segundo o Banco Central, há uma escassez de moedas e notas de baixo valor em circulação.
O resultado expressivo revelado pela pesquisa chega a surpreender porque a opção da gorjeta digital por meio do aplicativo só passou a ser oferecida aos passageiros da 99 em março, e em fase de testes. É um serviço inédito no país. Neste mês, a ferramenta passou a integrar o serviço em escala comercial. Há três opções de valores: 1, 2 e 5 reais. Ainda assim, o hábito de deixar um trocado para o motorista, que é uma tradição em algumas cidades no exterior, como Nova York, ainda não é disseminado no Brasil: só 36% dos passageiros consultados disseram ter pago um extra além da corrida.