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Governo aposta na digitalização e integração de dados para cortar gastos e modernizar o Estado

Planalto aposta na unificação de dados como caminho para reduzir fraudes, integrar políticas sociais e modernizar o SUS

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jul 2025, 15h18

Na burocracia brasileira, papel é sinônimo de atraso, mas o governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer mudar essa lógica. Nesta quarta-feira, 23, o presidente assinou dois decretos: um deles estabelece o uso da biometria em benefícios sociais e previdenciários; o outro formaliza a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), que visa integrar as bases hoje fragmentadas entre União, estados e municípios.

As duas iniciativas fazem parte de um esforço mais amplo de digitalização da máquina pública que, segundo a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, já começa a dar frutos. “A estimativa de economia com a troca de informações entre sistemas é de quase 8 bilhões de reais”, afirmou. “Essa infraestrutura digital nos coloca na fronteira global da integração de dados, segundo o Banco Mundial e a OCDE.”

Nova carteira de identidade

No centro da mudança está o uso da nova carteira de identidade como chave biométrica para acessar serviços do governo. A biometria passará a ser exigida para concessão, renovação e manutenção de programas como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadorias do INSS. A adoção será gradual, começando pelos novos requerimentos e avançando para os benefícios em vigor.

A meta: dificultar fraudes, acelerar análises e cruzar informações com mais precisão.

A base digital não é apenas uma ferramenta de controle, mas também de eficiência. O novo Cadastro Único, lançado neste ano, já vem com dados pré-preenchidos, poupando os cidadãos da árdua tarefa de apresentar documentos que o próprio governo já possui. Esse sistema é o portal de entrada para mais de 40 programas sociais — da tarifa social de energia à isenção em concursos públicos. “Diminui muito a necessidade de que as pessoas tragam novas informações”, afirmou Dweck. “A gente está falando de simplificação, mas também de acesso e cidadania.”

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‘Salto’ das assinaturas eletrônicas

O salto digital é visível também nas assinaturas eletrônicas. A plataforma Gov.br já emitiu 95 milhões de assinaturas no primeiro semestre de 2025, o equivalente a meio milhão por dia útil. Isso significa potencialmente filas menores em cartórios e mais agilidade em contratos de compra e venda, autorizações e serviços administrativos.

O governo também quer ampliar os benefícios da digitalização na na saúde pública. A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) reúne mais de 2 bilhões de registros de atendimentos, exames e vacinas – hoje dispersos entre os entes federativos – e passa a ser a espinha dorsal de um sistema unificado.

Gasto gera crescimento? Acompanhe nesta entrevista

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Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o objetivo é garantir continuidade no cuidado ao paciente e segurança no compartilhamento de informações. “É um passo para que o SUS funcione de forma integrada, do posto de saúde ao hospital de alta complexidade”, disse.

O governo garante que o uso das informações seguirá protocolos de segurança e será restrito ao setor público, com proibição explícita de exploração comercial.

Ao tornar o Estado mais eficiente e conectado, o Planalto busca mostrar que é possível conciliar expansão social com responsabilidade fiscal. Cortar fraudes, evitar sobreposição de cadastros e reduzir a burocracia são, afinal, formas de gastar melhor. E em tempos de escassez orçamentária, isso vale tanto quanto arrecadar mais.

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