A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros levou o governo Luiz Inácio Lula da Silva a detalhar, nesta sexta-feira, 22, o pacote emergencial de crédito superior a 30 bilhões de reais para apoiar companhias exportadoras. O anúncio foi feito pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, durante coletiva no Rio de Janeiro.

Segundo o banco, terão prioridade no acesso às linhas empresas que registrarem queda superior a 5% no faturamento com exportações para os EUA. Os empréstimos terão juros abaixo da taxa Selic.

Do total, 22,5 bilhões de reais serão destinados a micro, pequenas e médias empresas. Outros 10 bilhões de reais atenderão companhias que tiveram perdas inferiores ao impacto integral da tarifa, também com custos mais baixos que os praticados no mercado.

Esse grupo inclui setores de aeronaves, produtores de suco de laranja, petróleo, derivados e fertilizantes. “O presidente Lula orientou que ninguém fique para trás. A preocupação é preservar empresas e, sobretudo, os empregos”, afirmou Mercadante.

Além do crédito, o pacote prevê postergação de tributos e acesso a garantias públicas por meio de programas como o PEAC-FGI e o FGO.

A medida faz parte do Plano Brasil Soberano, lançado pelo governo como resposta ao impacto da sobretaxa americana. Economistas apontam que a iniciativa retoma o papel histórico do BNDES como provedor de crédito subsidiado, prática que no passado gerou críticas por distorcer o mercado e privilegiar grandes grupos empresariais. O banco afirma que, desta vez, o apoio será focalizado e temporário, com estímulo à diversificação de mercados.

• Mais lidas

1

Política

A justificativa de Marina Silva para voltar a apoiar Lula e o PT

• BNDES
• Economia
• Tarifaço