O governo vai começar a desbloquear despesas do orçamento, afirmou na noite de terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, citando o descontingenciamento de até 14 bilhões de reais num primeiro momento e mais 8 bilhões de reais em seguida. “Começamos a descontingenciar agora. Já vêm aí 12, 13, 14 bilhões. Deve vir mais, uns 8 (bilhões) à frente”, afirmou ele na abertura do Fórum Nacional do Comércio em Brasília.
O governo deve anunciar até o fim desta semana um desbloqueio no orçamento. O valor, no entanto, ainda não está fechado. Nesta semana, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, citou que o desbloqueio inicial seria de 12 bilhões de reais e em outro momento disse que o descontingenciamento seria de 8,3 bilhões de reais. De acordo com a Casa Civil, os 12 bilhões citados por Lorenzoni envolvem a previsão de receita de leilão de petróleo
A liberação será possibilitada por uma arrecadação melhor que a esperada nos meses de julho e agosto, além do recebimento de dividendos de bancos públicos. O desbloqueio também contemplará 2,66 bilhões de reais recuperados da Petrobras a partir da Operação Lava-Jato.
Recuperação da economia
Durante o evento, Guedes avaliou que a permissão para saques do FGTS representará “empurrãozinho” na economia e indicou que há outras iniciativas no pipeline, incluindo “juros mais baixos”. A liberação dos recursos começou na última sexta-feira, 13, para trabalhadores com conta poupança na Caixa. Para os outros beneficiários, o saque de 500 reais por conta começa em 18 de outubro.
De acordo com o ministro, a economia no final deste ano exibirá “outro ritmo”. “Nós vamos trabalhar os quatro anos, se presidente for reeleito oito anos, nessa direção (das reformas e ajustes). Não vamos prometer milagre, o crescimento virá naturalmente”, disse.
“Primeiro ano é ano mais difícil… Ritmo de crescimento ano que vem deve ser bem melhor, possivelmente o dobro deste ano, terceiro ano já decola e no quarto ano está voando, é voo de cruzeiro”, acrescentou.
Segundo Guedes o plano da equipe vai na direção contrária do que foi feito na Argentina. Sobre o país vizinho, Guedes disse ainda que “quem fez confusão está voltando”, em referência às eleições presidenciais que acontecerão em outubro no país. Depois brincou pedindo ‘off’ aos jornalistas presentes no evento, pontuando não querer confusão em relação ao processo eleitoral de nação amiga.
(Com Reuters)