Harvard e outras instituições buscam remediar laços com escravidão
Dinheiro será usado para garantir melhores oportunidades educacionais aos descendentes de pessoas escravizadas
A Universidade de Harvard não é a única instituição educacional que passou a investir financeiramente na reparação histórica do gap educacional enfrentado por descendentes de pessoas escravizadas. Segundo informações do The New York Times, o anúncio de 100 milhões de dólares feito pela renomada universidade é precedido de movimentos semelhantes de Brown, Georgetown e do Seminário Teológico de Princeton.
Em março de 2021 líderes da Conferência Jesuíta do Canadá e dos Estados Unidos haviam anunciado um fundo também de 100 milhões de dólares em benefício aos descendentes de pessoas escravizadas, na tentativa de reparação histórica.
Harvard anunciou o investimento com a proposta de fechar lacunas educacionais, sociais e econômicas, legado da escravidão e do racismo com a comunidade negra e indígena. O acordo é resultado do projeto Harvard & the Legacy of Slavery (Harvard e o Legado da Escravidão) iniciado pelo presidente da instituição, Lawrence Bacow, em 2019.
O relatório, divulgado com o anúncio do presidente de Harvard, relembra a fundação e crescimento da universidade com base na escravidão. Fundada em 1636, a instituição foi parcialmente financiada por nomes que defenderam e/ou levaram grandes fortunas com a exploração e trabalho forçado de pessoas negras e indígenas, especialmente durante os séculos XVII e XVIII, quando a escravidão era legal em Massachusetts. Alguns nomes ainda constam em prédios dentro da instituição.
Dentre outras finalidades, o Comitê do projeto lançado em 2016 recomendou o uso do dinheiro no trabalho pela garantia de melhores oportunidades educacionais para descendentes de pessoas escravizadas, além da promoção de parcerias com as chamadas Faculdade e Universidades Historicamente Negras e nas chamadas Faculdade e Universidades Tribais (TCUs).