O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, classificou como nesta segunda-feira, 17, a saída do ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, como “uma incompatibilidade de gênios”. Um dia antes de sua saída, Levy foi ameaçado publicamente de demissão pelo presidente Jair Bolsonaro.
Onyx também minimizou as críticas do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, que classificou a saída de Levy como uma covardia sem precedentes.”É vida que segue; foi algo respeitoso e natural. É questão natural do governo”, disse o ministro, após a abertura do Ethanol Summit, em São Paulo.
O ex-presidente do BNDES pediu demissão após ser alvo de declarações públicas vindas de membros importantes governo. No sábado, 15, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou publicamente demitir o presidente do BNDES, após a nomeação de Marcos Barbosa Pinto para a diretoria de Mercado de Capitais, que foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) durante os governos Lula e Dilma.
“Levy nomeou o Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy”, disparou Bolsonaro. “Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio há muito tempo”, completou.
Ainda no sábado, em entrevista ao site G1, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que entendia a “angústia” do presidente ao ver Levy indicar gente “ligada ao PT” para cargos no banco. Acrescentou que o problema era que Levy não havia resolvido os problemas do passado nem indicado caminhos para o futuro da instituição.
Na nota de demissão, entregue a Guedes no domingo, 16, Levy disse: “Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria. E, especialmente, agradeço aos inúmeros funcionários do BNDES, que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade”, disse o ex-presidente do banco em nota.
(Com Estadão Conteúdo)
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