Em dia de uma agenda mais leve de indicadores no Brasil e no exterior, investidores aproveitaram para ir novamente às compras na bolsa, levando o Ibovespa a mais um encerramento positivo. Já o dólar comercial seguiu o ritmo ditado pelo exterior, terminando a sessão também em alta em relação ao real.
No fim do pregão, o Ibovespa subiu 0,42%, aos 137.343 pontos, renovando o recorde histórico. Já o dólar encerrou em alta de 0,99%, a 5,556 reais.
No caso da moeda americana, o movimento por aqui espelha o desempenho no exterior, onde o Índice Dólar DXY — que mede o retorno do dólar sobre uma cesta de moedas globais — sobe 0,56%, aos 101,11 pontos. Por lá, as expectativas de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, comece já em setembro com o ciclo de cortes de juros permanece no pano de fundo das mesas de operação, com investidores ajustando posições até a decisão. Por enquanto, a maioria das expectativas ainda aponta para um corte mais moderado, de 0,25 ponto percentual.
Já no Brasil, a alta de 2% das ações da Petrobras contribuiu para o avanço do Ibovespa, em um momento em que investidores acompanham de perto as mudanças no Banco Central, materializadas hoje com o anúncio de que Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do órgão, será indicado pelo governo para ocupar a presidência da entidade no lugar de Roberto Campos Neto. A decisão precisa ser referendada pelo Senado, em sabatina prevista para a próxima semana.
Economistas e gestores acompanham de perto as mudanças no BC na tentativa de antecipar os próximos passos do órgão, sobretudo depois de o presidente Lula travar com Roberto Campos Neto uma verdadeira cruzada, com acusações de que o então presidente do BC não atuava “a favor da nação”. Agora, Galípolo terá a difícil tarefa de lidar com o desejo de Lula de ter uma política monetária menos austera e com a necessidade de manter os juros em nível mais elevado para controlar a inflação.
“O mercado espera que Galípolo se dissocie das pressões políticas e continue a conduzir a política monetária com o mesmo desprendimento de Campos Neto, que subiu juros em ano eleitoral”, afirma Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital. “O mercado já precificava esse fato. O que pode mexer com o mercado agora são as declarações que serão dadas por ele daqui até sua posse.”