Ibovespa sobe e dólar oscila para R$ 3,66 com efeito Bolsonaro
Principais ativos brasileiros se valorizam com a vitória do político do PSL e de governadores alinhados ao presidente eleito
O mercado financeiro comemora a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) nesta segunda-feira. A euforia tomou conta dos investidores e é refletida na valorização dos ativos. Por volta das 12h40, o Ibovespa, principal índice de ações da B3, a bolsa de valores de São Paulo, subia 0,24% aos 85.926,23 pontos. Já o dólar oscila em alta de 0,361%, cotado a 3,6678 reais.
Durante a manhã, o Ibovespa chegou aos 87.827 pontos e a moeda americana caía 1,14%. Segundo o economista-chefe da Spinelli, André Perfeito, a movimentação é normal. “O mercado está cauteloso. A bola está com o Bolsonaro e ele precisa falar para que a Bolsa continue avançando”, diz. “É como se o mercado tivesse emprestado dinheiro para o Bolsonaro. Agora, ele tem que usar seu capital político para fazer o que o mercado espera”.
Neste domingo, Bolsonaro venceu Fernando Haddad (PT) por 55,13% a 44,87%, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A margem de pontos era um fator importante para o mercado financeiro entender qual o tamanho do apoio popular ao novo presidente. As eleições de Romeu Zema (Novo-MG), João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ) para governadores também influenciam no humor dos investidores.
Os papéis de estatais abriram com forte alta. A Petrobras avança 4,86%, com ações cotadas a 27,60 reais, e o Banco do Brasil sobe 5,79%, com papéis cotados a 42,42 reais.
“Hoje é o primeiro dia após a tempestade”, diz Pedro Galdi, da corretora Mirae Asset. “Com a eleição definida, a euforia deve tomar conta nesses primeiros dias. Mas depois, virá a pergunta: e agora, Jair? O que o senhor vai fazer de reforma, qual será sua equipe, como vai lidar com o Congresso?”, diz o analista.
Miriam Tavares, da corretora de câmbio AGK, adota o mesmo tom. Ela acredita que essa lua de mel entre o presidente eleito e o mercado financeiro pode durar pouco caso Bolsonaro não apresente um plano concreto de governo.
“Muitas das promessas que ele fez na campanha dependerão do Congresso, como a reforma da Previdência. Mas ele sinalizou o tempo todo que iria mudar a forma de governar”, diz Tavares. “O problema é que já tivemos dois presidentes que tentaram fazer isso e foram impichados. O Congresso tem peso e ele irá ter uma oposição forte. Neste primeiro momento, é de euforia, mas a lua de mel pode durar pouco”, afirma.