Em mais um dia de pânico nos mercados brasileiros, depois de um fim de semana de notícias pavorosas sobre o alastrar do coronavírus no país, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em queda de 13,7%, nesta segunda-feira, 16, depois de interromper as operações quando as baixas ultrapassaram a marca de 10%, às 10h24 — num movimento que se tornou praticamente rotina desde a semana passada. As quedas mais ostensivas, como tem se tornado frequente desde a piora do cenário global envolvendo a doença, foram de empresas voltadas ao turismo. As companhias aéreas Azul e Gol despencaram 36,9% e 28,2%, respectivamente, enquanto a empresa de benefícios Smiles recuou 27,6%.
Já no mercado de câmbio, o dólar disparou mais uma vez. Subiu 4,86% e superou pela primeira vez a marca de 5 reais. Fechou cotado a 5,05 reais — maior valor nominal da história. Apesar da disparada, o Banco Central não realizou leilões de dólar.
Na última semana, o termo circuit breaker voltou ao noticiário brasileiro depois de quase três anos. A interrupção dos pregões se tornou comum quando a bolsa brasileira acumulou repetidas paralisações — uma na segunda, duas na quarta e outra na quinta. Nesta segunda, a parada de meia hora logo no início da manhã era esperada, já que o índice futuro da bolsa chegou a cair mais de 16% antes da abertura dos negócios. O mercado reage a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que cortou mais uma vez a taxa de juros do país, chegando a zero. A medida visa estimular a economia afetada pela disseminação da Covid-19. Porém, as sucessivas tentativas de estímulo aumentam a preocupação com o tamanho da consequência econômica da pandemia.
Ao redor do mundo, o dia também foi de caos nos mercados ao redor do mundo. A bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, interrompeu as negociações logo ao início do pregão. Ao fim do dia, o índice S&P 500 recuou 11,7%. A Nasdaq afundou 12,3%. A bolsa da Itália, país que virou epicentro da pandemia de coronavírus, derreteu 6,1%, enquanto o mercado francês viu seus índices caírem 5,7%. Com a piora do cenário de saúde no país, a Espanha assistiu ao pregão ser encerrado com perdas de 7,9%.